A cena traduz bem o clima da turnê que chegou ao seu quarto destino em Paris, no dia 13 de janeiro, depois de passar por Amsterdã, Bruxelas e Colônia. O show aconteceu numa pequena sala com capacidade para 500 pessoas. Para a abertura, a banda americana The Dead Threes toca durante 40 minutos e depois volta ao mesmo palco para completar o Little Joy. A satisfação de tocar em um grupo de pequeno porte está estampada na cara de Rodrigo Amarante e Fabrizio Moretti.
A música do grupo soa leve e espontânea. Muitos falam de um clima praiano que permeia as canções. Vocês tomam isso como a influência do sol e do clima californiano ou pelo fato de vocês serem amigos que se encontraram espontaneamente para fazer música?
Rodrigo: São as duas coisas. De fato a gente se conheceu na Califórnia e se tornou amigo lá.
Fabrizio: É mais uma questão de calendário. Não tem nada a ver com o fim dos Strokes ou dos Los Hermanos. E, da mesma maneira, a gente não vê o fim do Little Joy.
Rodrigo: Eu não tenho nenhum fetiche em não estar no mainstream. Não vejo nenhum glamour em ser eternamente do underground ou ser eternamente incompreendido. Eu pretendo ser compreendido. Eu não tenho nenhum problema em transitar pelo mainstream, se for o caso disso acontecer. Agora a parte que diz de ser uma zebra, ou seja, uma pessoa que parece não ter chances de ganhar e ganha, eu acho bonito isso, eu me identifico com a zebra.
Vocês prevêem gravar com suas bandas de origem esse ano? E o Los Hermanos vai mesmo tocar junto com o Radiohead no Brasil, no mês de março?
Rodrigo: Eu não posso confirmar nada ainda [nota: entrevista de 13/01]. O Fabrizio vai fazer um disco novo com os Strokes esse ano - já estou adiantando pra você, Fabrizio. Com o Los Hermanos nos não temos planos de gravar esse ano. Mas a gente esta sempre em contato. Falei com o Marcelo na semana passada. Ele comprou um clarinete igual a mim. Nos dois estamos aprendendo a tocar clarinete.
E você Binki? Você tem projetos fora do Little Joy?