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Montage antes da estréia

por Braulio Lorentz e Rodrigo Ortega

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Depois de ser apresentado ao som da banda no Campari Rock em São Paulo, e assistir ao show no Mary in Hell, em BH, o Pílula Pop conta como foi a conversa com o vocalista do Montage, Daniel Peixoto.

Ele mostrou que tem muita coisa pra contar sobre o Montage, mesmo antes do lançamento do disco de estréia, prometido para agosto. Antes da chegada do CD ao mercado, confira os detalhes da trajetória do trio cearense: do primeiro single ao mais recente clipe. Após ouvirmos o cara gritando no paraíso bucólico paulista e no inferninho urbano mineiro, chegou a hora de ouvi-lo falando um pouco mais baixo.


Borraram o batom do Daniel

Pílula Pop: Os singles que vocês já gravaram foram prensados ou lançados na Internet?

Daniel Peixoto: O primeiro single lançamos em março de 2005. Foi uma produção supercaseira: convidamos um artista plástico pra fazer a arte e a gente imprimiu na gráfica mesmo as capinhas. Fizemos uma numeração e a gente esgotou 500 cópias em três meses em Fortaleza. Parece ser pouquinho, mas não é. Fortaleza é uma cidade muito forrozeira. Todo mundo só escuta forró. E não é só forró bom não... É podreira mesmo. Então, conseguimos vender 500 cópias em um lugar onde ninguém nunca tinha ouvido falar de uma banda neste formato. Nunca ouviu falar, não, estou falando besteira... Mas nunca existiu em Fortaleza uma banda nesse formato. Depois de um ano, lançamos o segundo no mesmo processo. A gente procurou não vender tanto. Fizemos mais pra fazer uma divulgação.

Pílula Pop: Tem alguma proposta de selo paro o lançamento do disco completo?

Daniel Peixoto: O disco já era pra ter saído há muito tempo. Só que depois que a gente mudou pra São Paulo começamos a receber muita proposta de selos e de gravadoras. Estamos decidindo por qual lançar. Já sabemos que terá a ver com a gravadora Lua Music, que é brasileira e trabalha exclusivamente com eletrônica. E eles têm uma parceria com a Killabeat, da Alemanha, que faria a distribuição do disco na Europa. Independente de selo ou produtor, até agosto com certeza será lançado. Ele já está 85% terminado e já estamos tocando em shows o repertório do disco. Até refizemos algumas músicas que têm na Internet, porque a gente conseguiu, neste um ano e pouco de banda, novos aparelhos e procurou ter uma qualidade técnica melhor.

Pílula Pop: Como foi a produção do clipe de “If u like itâ€? Vocês pretendem fazer outros clipes?

Daniel Peixoto: Na primeira vez que o Montage saiu de Fortaleza, a gente foi tocar em Recife e ficamos hospedados em um casa que tinha uma banheira louquíssima. Pensamos: “Cara, vamos fazer um clipe!â€. A gente tinha acabado de fazer a música. Um amigo meu que tinha acompanhado a viagem estuda cinema em Madrid. Aproveitamos que ele estava com os equipamentos lá para fazer umas imagens. Ele voltou pra Madrid e nós mesmos editamos o clipe e disponibilizamos sem muitas pretensões. Quando a gente disponibilizou éramos uma banda pequena. Na verdade ainda somos uma banda muito pequena, mas quando lançamos éramos ainda menores. As emissoras todas de Fortaleza vetaram o clipe. E a forma que a gente teve foi colocar na Internet. Mas agora ele vai entrar na MTV.


A foto oficial do tramavirtual da banda

Pílula Pop: Além dos singles, vocês também colocaram música em alguma coletânea?

Daniel Peixoto: “Love Without Pants†é uma música que está na coletânea Body Rapture, que é exclusivamente de artistas brasileiros que tocam e produzem electro. E “Love Without Pants†abre esse disco, é música de trabalho e vamos lançar junto com um clipe. Ele é todo de cartoon e quem está fazendo é um artista plástico lá de Fortaleza. Vai ficar bem bacana.

Pílula Pop: Vocês estão meio que em uma turnê nacional, tocando em vários lugares. O que vocês estão achando dos shows e da recepção do público?

Daniel Peixoto: É uma turnê sem agenda marcada. As coisas vão acontecendo e a gente vai marcando. Por isso decidimos ir embora pra São Paulo. Porque lá é onde está o centro pra gente partir pra todas as partes do país. Mas a receptividade tem sempre sido ótima. A gente tocou em extremos: Florianópolis, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e em Minas. Sempre tem gente que conhece, que canta e pede as músicas pelo nome. Você vê que a proposta do seu trabalho está dando certo, quando a galera curte. Eu adoro viajar e nunca estaria fazendo esse tanto de viagem se não estivesse com a banda. É uma delícia...

Pílula Pop: Já ouvimos vocês falando como a banda surgiu, que foi o Ricardo [produtor] que juntou vocês, mas ao mesmo tempo era um projeto do Patrick [guitarrista]. Afinal, como é que começou?

Daniel Peixoto: Na real a gente já se conhecia, os três da banda e mais o Ricardo, que é o nosso produtor. Eu e o Patrick atuávamos e o Leco [faz programações] era diretor de fotografia e fazia câmera desse vídeo que o Ricardo roteirizou. E no vídeo a gente pôde conversar sobre a proposta de fazer alguma coisa com electro. A gente tinha um projeto de fazer alguma coisa em estúdio e disponibilizar na Internet: “Temos nossas músicas, quem quiser toqueâ€. Só que aí a gente marcou um show para apresentar essas músicas e foi foda. Quando acabou o show já tinham outros marcados. E foi involuntário. Acabou virando banda, mas era só uma galera que queria fazer um som mesmo.


Os cabelos loiros de Daniel já foram roxos

Pílula Pop: Como surgem as idéias das letras das músicas?

Daniel Peixoto: As primeiras composições foram em jams. O Leco soltava uma base, o Patrick entrava com a guitarra e eu começava a pirar em cima de coisas que estavam passando na minha cabeça. Foi assim com a música do “Benfloginâ€, “I trust my dealerâ€, “Raio de fogoâ€. Eu já conhecia essa música de um terreiro de macumba, porque tenho uma amiga minha que é filha de uma mãe de santo e eu frequentava a casa dela. E quando eu ouvi essa música eu pensei: “Cara, tenho que transformar essa música em um ‘electrão’â€. Mas agora o esquema de composição é batizar a melodia e em cima da carga emocional da música criar uma letra.

Pílula Pop: E o primeiro disco será só de material já conhecido ou terá músicas novas?

Daniel Peixoto: O álbum vem com 70% de músicas inéditas. A gente só vai deixar mesmo as músicas que a galera já conhece mesmo. Mas tem muita coisa nova, a gente não quis se prender só ao electro. Queremos levantar a bandeira que nós somos uma banda de música eletrônica e que a gente pode fazer música eletrônica independente do que estiver acontecendo na cena no momento. A gente dança conforme a música.

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