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Sem Internet

por Braulio Lorentz

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Quando fui embora de Ipatinga, cidade mineira localizada no Vale do Aço, por lá existiam poucas bandas de pop rock. A maioria dessas possuía como ponto alto do show algum cover do Tianastácia, para se ter uma idéia. Pegar meus ouvidos e posicioná-los em direção à região onde nasci, de certo modo, provou que tocar músicas de outros artistas ainda é uma questão de sobrevivência. A banda mais famosa da área, Skaô, de Coronel Fabriciano, tem algumas credenciais de invejar seus conterrâneos: participação especial de Sideral em “Tudo que eu queriaâ€, do disco de estréia da banda, e aparição no telejornal MGTV da TV Leste – Globo.

O pessoal do Cigarro Picado, também do Vale do Aço, não apareceu na TV e tampouco gravou com artista de renome. Não tem vídeos no Youtube ou músicas no Myspace, Tramavirtual e Purevolume. Os caras sequer têm site. “Queremos organizar um material de qualidade: fotos, vídeos, um site bacana e o mais importante, concluir o nosso disco, mas falta de tempoâ€, explica o baixista Gilles Villeneuve.


Juninho: baterista 1

Outra coisa que a Cigarro Picado não tem, de acordo com ele, é influência de bandas novas (por mais que o som tenha um quê de Nação Zumbi, Bid e similares). Gilles, no entanto, capricha quando o assunto são os nomes que são referências para a sonoridade de seu grupo. “Led Zeppelin, Jeff Beck, Jethro Tull, Jaco Pastorius, Deep Purple, Mutantes, Black Sabbath...â€, enumera.

Sem o auxílio da grande rede, a divulgação é toda baseada nos cerca de três shows feitos por mês. Dentre eles, os destaques são os realizados no Aniversário de Timóteo, cidade da banda, e uma apresentação ao lado de Marcelo Nova, do Camisa de Vênus, em Coronel Fabriciano. “O Cigarro Picado estava passando o som e o Marcelo ouviu do hotel onde ele estava. Era uma música que se chama ‘Dazed and confused’ do Led Zeppelinâ€, conta o baixista.

A banda é completada pelo guitarrista, tecladista e vocalista Nagib Benevenuto e pelos dois bateristas Juninho e Leandro Cortezão. Dois bateristas? “São dois bateristas. Duas baterias montadas no palco. Loucura totalâ€, resume Gilles.


Leandro: baterista 2

Eles têm um baterista a mais do que a maioria das bandas e também uma dose sobressalente de empolgação. A começar pela definição feita por Gilles sobre o que é a Cigarro Picado (“Somos uma equipe formada, super concreta e acima de tudo FIELâ€) e, sobretudo, pelos objetivos de sua trupe.

“É muito difícil uma banda de som alternativo se propagar no mercado, sendo assim, temos certa dificuldade em mostrar o trabalho. Mas o Cigarro Picado veio para quebrar essa regra mostrando a princípio seu destaque no Vale do Aço e, se Deus permitir, será destaque no Brasil e até quem sabe no mundo inteiroâ€, exagera. Sem o auxílio da Internet, fica difícil mesmo.

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