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0% cocaína, 100% natureza

por Braulio Lorentz

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Rotulado como Jack Johnson brasileiro desde que surgiu para o grande público, há três anos, Armandinho lançou Semente, seu primeiro CD de inéditas pela Universal. Em bate-papo telefônico com o Pílula, o cantor gaúcho contou que a banda America é sua maior influência no momento e afirmou que sua ligação com Johnson é muito mais por causa da semelhança dos estilos de vida.

Fica claro na entrevista abaixo que cada um dos cantores-surfistas tem seu ideal e segue firme com ele. O popstar hawaiano gravou seu mais recente CD com 100% de energia solar e Armandinho contou que para fazer parte de sua banda tem que consumir 0% de cocaína. Não que o moço de 37 anos não acredite na força da mãe natureza. Ele prega em suas músicas que devemos "fazer amor como os animais" (em "Como os animais") e pergunta "em que árvore você nasceu?" para a musa que inspira a faixa-tìtulo de seu novo disco. Animal, planta, gente: é tudo a mesma coisa para o pequeno Armando.


"Esta foto é pra quem achava que meu som é que era duro de engolir"

Troco beck por reggae

Armadinho: Na música "Ursinho de dormir", eu mesmo quis trocar beck por reggae [no trecho "Eu tenho um reggae pra depois pra celebrar o infinito de nós dois", em vez de "Eu tenho um beck pra depois"]. A primeira gravação é antiga e até mesmo irresponsável. Quando compus "Ursinho de dormir", há 20 anos, e "Folha de bananeira", não tinha noção de quem era meu público. Eu era adolescente e não sabia o que iria me tornar. Essas músicas são irresponsáveis. Minha responsabilidade aumentou muito, já que muitas crianças hoje ouvem meus discos.

Expulso quem usa cocaína

Armadinho: Já expulsei gente da minha banda por causa da cocaína. Tenho pavor de cocaína. Uma das condições para fazer parte da minha banda é não cheirar cocaína.

Tenho vergonha de minhas canções não tão saudáveis

Armadinho: As músicas mais românticas [com destaque para o megasucesso "Desenho de Deus"] acabaram ofuscando essa parte da minha carreira, que não é tão saudável. Acho bom que isso tenha acontecido.

Não tenho problema em ser comparado com Johnson

Armadinho: Somos próximos muito mais por causa de público e temática comuns do que pela sonoridade. No programa Covernation, que foi exibido pela MTV em fevereiro, fiz questão de tocar versões do Jack Johnson. Foi uma forma de provar que não tenho problema com essa comparação. Ele tem um trabalho como músico que é muito bom. Tive que me virar para decorar as letras. São muito lindas, mas muito longas.

Comecei em barzinhos

Armadinho: Meu início de carreira foi cantando em barzinhos de beira de praia em arranjos só de percussão com violão, em 2000. Artistas solo de reggae, como Edu Ribeiro e eu, surgiram assim. Concordo que antes existiam menos cantores e mais bandas, como Cidade Negra e Natiruts.

Sou influenciado por America

Armadinho: Minha levadinha de violão sempre teve influências do folk. Em "Onda do arraial" eu tenho influências do America. Sempre toquei um reggae praiano. No meu repertório do começo de carreira tocava muitas músicas da MPB com levada de reggae.

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