Sacolão Rodrigo Ortega

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Sacolão # 4

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O Sacolão dessa semana está cheio de parcerias: Marcelo Camelo com Mallu Magalhães, Database com Gilberto Gil, Oasis com Jay-Z, Ra Ra Riot com o além e Sigur Rós com seus figurinistas.

"Janta" - Marcelo Camelo e Mallu Magalhães
Quem entrou na comunidade dos Los Hermanos no Orkut ontem pôde participar de uma novela cheia de reviravoltas e artimanhas em busca das novas músicas de Sou, disco novo de Marcelo Camelo. O final foi feliz e dez das 14 músicas do disco já se espalham internet afora. Na primeira audição, o disco não parece muito diferente do que seria uma continuação de 4, último disco dos Hermanos. Em geral Sou é acústico, introspectivo e arrastado. Destaque para os assobios de "Doce Solidão" e o sambinha "Copacabana", a música que mais se destaca na primeira audição (bem, não sei se é porque eu moro em Copacabana; será bairrismo meu, literalmente?). Mas a pérola mesmo é essa parceria entre Camelo e a mini-musa Mallu Magalhães em "Janta".


"Realce" - Database
Ah, a cultura digital! Conecta em suas teias infinitas o passado e o presente, a juventude e a terceira idade, o alternativo e o mainstream (ler com sotaque baiano). O ex-ministro Gilberto Gil diria alguma coisa assim, ou pior, se ouvisse o remix de "Realce", faixa-título do seu famoso álbum de 1979, feita pela dupla paulistana Database. A música está em Database presents: UGLYEDIT VOL.1, álbum em que Lucio Morais e Yuri Chix reconstroem alguns clássicos de gosto duvidoso dos anos 70. As faixas, disponíveis para download digrátis, contam com participações de outros nomes emergentes da ceninha eletrônica brasileira como Twelves e Bo$$ in Drama.


"Wonderback" - Cookin Soul
Quando dois maqueteiros de marca maior se enfrentam, o resultado não poderia ser outro: muita auto-promoção e publicidade espontânea. Depois do "episódio Glastonbury", que começou com Noel Gallagher falando mal de Jay-Z e o rapper respondendo com uma cover irônica de Wonderwall, até as vendas do disco do Oasis de 1995 aumentaram e o norte-americano aproveitou para fazer a música "Jockin´ Jay-Z", em que, claro, detona Noel e se elogia. Mas um terceiro elemento também resolveu faturar com a briga: o desconhecido trio de produtores espanhóis Cookin Soul. Eles fizeram a mixtape Ojayzis, que teve mais de 90 mil downloads em dez dias. A faixa abaixo, que mistura "The Ruler´s Back" de Jay-Z com "Wonderwall" dos irmãoes Gallager, vale mais pelo timing da piada do que pela qualidade musical do Cookin Soul.


"Dying is fine" - Ra Ra Riot
"Death, oh baby/ You know that dying is fine/ But maybe/ I wouldn't like death, if death was good / Not even if death were good". Esse refrão de melodia serelepe, com letra inspirada no poeta e.e.cummings, ficou na minha cabeça durante a semana inteira. Trata-se da música sobre morte mais divertida que eu já ouvi na vida. Os responsáveis pela proeza são os norte-americanos do Ra Ra Riot, que já chamavam a antenção da imprensa dos EUA desde 2006 e agora lançam o ótimo disco de estréia The Rhumb Line. A história por trás do tema da canção é séria: no ano passado, o baterista John Ryan Pike foi encontrado morto por afogamento, logo depois de uma festa. A banda, ainda bem, resolveu seguir em frente com o disco que mistura questões existenciais com refrões chicletudos.


"Inní mér syngur vitleysingur" - Sigur Rós
Esse vídeo do novo single da banda islandesa é uma boa oportunidade de conhecer a maravilha que é a apresentação ao vivo deles. Difícil escolher o visual mais estranho: o chapéu de índio do baterista, os vestidos angelicais das moças, o vocalista general com uma pena na cabeça ou o bigode com pontinha de anzol do tecladista (eu escolho esse). A música, "Inní mér syngur vitleysingur" (título em islandês, que em português significa "Impossível de escrever sem usar ctrl-c+ctrl-v") é bem acessível e simples para os padrões da banda, descontadas as barreiras idiomáticas. Uma festa pros olhos e ouvidos.



Sacolões passados:
# 3
# 2
# 1

A capa do disco do Camelo

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Rodrigo Ortega é um assassino de blogs
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