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Chá das cinco
Nara Mourão
Pequenas sutilezas cotidianas temperadas com uma dose de canela. Ou fragmentos da vida acompanhados de exagero crônico.

Capullito de Aleli

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Demorava a escolher novos caminhos, por medo ou preguiça. Tinha a certeza dos não-lugares como melhor forma de encantar-se e, ainda assim, resistia.

A cafeína dá outras formas de madrugada e tolo de quem pensa em solidão. Porém, completamente sistemático. Não se libertam os fantasmas na primeira xícara. A grande amiga perdeu o lenço porque queria. Ele tentou ajustar o que estava sob medida.

E por não declarar morte ao amor, as coisas prometiam ser agradavelmente complicadas. Sentimento nunca foi pouco, apesar de não achar no supermercado. Só tinha a sorte ou o acaso de grandes encontros, com freqüência maior do que a levada para criar sua vã filosofia. Adora gente, mas morre de orgulho de ser nem dele mesmo. Ter alma italiana em país tropical pode dar certo.

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Nara Mourão adora um sorriso largo, mas garante que o dela não passa de 32 dentes.
narachamou@yahoo.com.br

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