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Chá das cinco
Nara Mourão
Pequenas sutilezas cotidianas temperadas com uma dose de canela. Ou fragmentos da vida acompanhados de exagero crônico.

Deixa a semente no limão

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Alguém perguntou pelas minhas vírgulas. Também devem querer saber de mim, pensei com uma alegria aos pulinhos.

Dei para achar que meu texto e eu se confundiam, desejo de ser escritora até virar casca de árvore. Na droga do curso que faço tem sempre alguém dizendo: escolha o sinônimo mais pobre, olha o lead. De repente lembro dos dias cinzas de auto-escola e briga com o volante, instrutor dizendo: olha a curva, escolha o caminho de cá. Prefiro ser entendida de segunda e ir por ali.

Tenho sonhado com palavras, um desbaratamento só. Acordo com seis novas frases por manhã, elas se perdem até o dia acabar. Virei praticante de assistencialismo. Tentei ajudar filhos sem mãe, não os da puta (estas ainda aparecem), e tudo que faço é coçar o cabelo continuamente. Transito entre pessoas incapazes de imaginar o que se passa pela minha cabeça. Não fosse assim, estaria longe daqui.

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Nara Mourão adora um sorriso largo, mas garante que o dela não passa de 32 dentes.
narachamou@yahoo.com.br

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