Grey’s anatomy 7×22 Unaccompanied minor

Em sentido horário: grávida, negociada por homens como no século XVII, prestes a ser universalmente odiada.

Nossa avaliação

Em sentido horário: grávida, negociada por homens como no século XVII, prestes a ser universalmente odiada.

Situações da vida em que ninguém quer estar sozinho:

1- Você está prestes a ser demitido e te dão um bebê para criar.
2- Você descobre que está grávida e seu marido te expulsa de casa quando você decide abortar.
3- Você cometeu um terrível erro bêbado e não tem como consertar.
4- Você está no hospital à espera de notícias sobre alguém querido envolvido em um acidente de avião.

Tudo que se precisa nessas horas é de um amigo. É por isso que, dentre as várias grandes (e bem atuadas) cenas de Unaccompanied minor, a mais triste tenha sido uma quase silenciosa, quando Cristina acabou de contar a Owen que está grávida e sai à procura de Meredith. O olhar de Yang quando ela vê que Grey está presa na sala de interrogatório de Derek e Webber resume todo o episódio “nós crescemos. Fizemos merda. E agora temos que descobrir como nos virar. Sozinhos”. Menores desacompanhados.

O Seattle Grace nunca esteve tão vazio. Desocupado para as vítimas de um acidente aéreo que nunca chegam, os corredores e salas (com exceção do hall onde ficam as famílias) parecem assombrados – acentuando a sensação de abandono e solidão de Meredith, Cristina e Alex. Sem pacientes para tratar, o episódio foi uma série de embates mano a mano, dos quais quase ninguém saiu ileso.

Meredith x Derek
Round 1: Derek e Webber interrogam Grey. Ela se recusa a revelar o que fez, tentando salvar o Estudo Clínico. Shepherd diz que Meredith estragou tudo e é a doença dela que ele estava tentando curar, deixando claro tudo de errado que havia com a pesquisa desde o início: motivos pessoais demais, alguém envolvido (e possivelmente afetado) pela doença lidando diariamente com seus efeitos, uma relação professor-estudante que se confunde com a de marido-esposa. Mas quem leva um cruzado de direita é o Chefe, quando descobre que Meredith trapaceou para ajudar Adele. De juiz do combate ele passa a “turma do deixa disso” e salva a pele de Grey de uma possível demissão. Ela sai do round quase ilesa, com uma suspensão.
Round 2: Meredith tem que confrontar a dor de uma família informada de que o estudo acabou e não há mais remédio. Na revolta descarregada pela mãe, Derek vê seu argumento vencer, sentindo um sabor de derrota.
Round 3: Shepherd não consegue perdoar Grey por arruinar meses de pesquisa. Ela diz que faria tudo de novo, se fosse preciso. Ele a acusa de não saber o que é certo ou errado. Meredith rebate que o mundo não é preto e branco, como Derek imagina. Shepherd vence a luta com um soco na boca do estômago. O medo que Grey vem sentindo nas últimas semanas faz sentido: ela é inconseqüente e será uma péssima mãe. E ele não quer ter um filho com alguém assim.

Resultado final: Meredith chegando com Zola no Grey’s Hostel para encontrá-lo vazio pela primeira vez em sete temporadas, descobrindo-se sozinha com uma filha para criar.

Cristina x Owen
Round 1: Yang revela a Hunt que está grávida. Ele diz que acredita que os dois – ela, principalmente – são capazes de formar uma família. Cristina explica que respeita e gosta de crianças – e elas deviam ser criadas por pessoas que realmente as desejem, o que não é o caso dela. Owen tenta usar o argumento da “vida”. Vindo de um médico, Yang se surpreende e ri.
Round 2: Owen diz que pode tirar uma licença e ela não precisaria cuidar de nada. Sandra Oh, num de seus melhores episódios em toda a série e em uma atuação que acontece toda dentro da mente de Cristina, se desespera: “você não está ouvindo nada do que estou dizendo”.
Round 3: Yang conta a Owen que agendou o aborto. Hunt diz que casamentos envolvem negociação. Cristina explica que uma gravidez não é o mesmo que “pizza ou tailandês”. Owen tenta um último cruzado, mas Yang dá seu gancho final, bem na jugular: “eu disse NÃO!”. Do chão, Hunt consegue ainda derrubar a adversária: ela lhe negou o direito de voto e ele a quer fora da casa dele.

Resultado final: Cristina, (não) dormindo sozinha no sofá de Meredith, com um aborto marcado e um divórcio à vista.

Ou vai ou racha.

Teddy x Henry
Round 1: Deixando a honradez do último episódio de lado, Henry hostiliza Altman. Ela diz que ele está sendo imaturo. Henry responde que sua esposa está indo embora com outro homem e isso lhe dá o direito de ser babaca. Teddy argumenta que não é sua esposa de verdade. Ele responde que ela é sua melhor amiga de verdade.
Round 2: Altman quer o apoio de Henry após informar várias famílias das mortes no acidente de avião. Ele a expulsa do quarto, dizendo que está apaixonado por ela e que vê-la partir com o cara perfeito foi a maior dor de sua vida (e ele já teve oitenta cirurgias): Teddy precisa parar de brincar com os sentimentos dele. Ela vai atrás do trauma guy. Ele diz que, nesses momentos de dor, buscamos estar com quem amamos.
Round 3: Altman vai ao quarto de Henry. Manda que ele fique de pé. Os dois se beijam. Ela diz que está se apaixonando por ele.

Resultado final: Denny Duquette com um final feliz?

Mark x Lexie
Round 1: Sloan reclama de Avery. Owen defende o residente.
Round 2: Mark percebe que Jackson é um bom rapaz, diz a ele que abre mão da Pequena Grey e dá a sua bênção para o namoro dos dois.
Round 3: Lexie confessa para Sloan que sempre vai amá-lo, mas prefere ser feliz. E ela é feliz com Avery. Mark diz que já a entregou para Jackson. Ela responde (com razão) que isso é paternalista e estranho. Ele tenta seu golpe de misericórdia e diz que já abriu a porta, só falta ela sair. Lexie percebe o blefe, dá as costas, sai andando e ganha a partida por WO.

Resultado final: Todo mundo feliz e com aquilo que queria. Ou não?

Tenso. #everybodyhateskarev

O mundo x Alex Karev
Round 1: Meredith diz a Karev que pode perder o emprego por causa dele e o expulsa de casa. Cristina, percebendo a tensão, diz que Grey era a única que ainda se importava com ele e, depois dessa, Alex provavelmente vai morrer sozinho. Cruzados de direita e esquerda. Simultâneos.
Round 2: Depois de chamar Karev de idiota, Owen escolhe Kepner como Residente-Chefe (1 x 0 pro Pílula). Quando Alex o confronta, Hunt diz que ele traiu a “pessoa mais amada” do Seattle Grace. Ninguém no hospital obedeceria a um babaca assim. Soco na boca do estômago.
Round 3: Lucy quer que Karev peça para ela não ir pra África. Ele a manda para o inferno. Na cara.

Cristina precisa de Meredith porque não quer ter um bebê, mas Meredith precisa de Cristina porque tem um bebê. Alex precisa de Grey porque fodeu com a vida de uma amiga, mas Grey é a amiga com a vida fodida. O episódio (e a temporada) termina com Meredith, Yang, Karev e Derek – o elenco original – sozinhos pela primeira vez depois de muito tempo.

Para uma temporada que teve seus altos e baixos, é um final amargo e satisfatório. Triste e promissor. E, como disse nosso amigo Igor Vieira no Twitter, “encheu nossos corações de esperança” para a próxima.


“There’s a reason I said I’d be happy alone. It wasn’t ‘cause I thought I’d be happy alone. It was because I thought if I loved someone, and then it fell apart, I might not make it. It’s easier to be alone. Because what if you learn that you need love? And then you don’t have it? What if you like it? And lean on it? What if you shape your life around it? And then… it falls apart? Can you even survive that kind of pain? Losing love is like organ damage. It’s like dying. The only difference is… death ends. This…? It could go on forever.”


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