Nota de repúdio à censura


Nossa avaliação

A Justiça carioca tem tentado, desde a semana passada, proibir a exibição do longa “A Serbian Film – Terror sem limites” a partir de uma ação ajuizada pelo diretório regional do DEM (quase-trocadilho involuntário) do estado. O longa, que já causou polêmica na Europa por seu retrato da violência física e sexual, foi retirado da programação do “RioFan – Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro” e tem sido julgado a partir de uma sinopse pelos magistrados do caso, que se recusam a vê-lo. O Pílula Pop acredita que isso é mais uma prova de que toda censura é burra e reproduz aí embaixo, na íntegra, a nota de repúdio ao veto da recém-criada Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema.

Repúdio ao veto a “A Serbian Film” no RioFan

A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema repudia o veto à projeção do longa-metragem “A Serbian Film – Terror sem Limites”, do diretor sérvio Srdjan Spasojevic, presente na programação do RioFan – Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro.

O filme seria exibido pelo RioFan na sala Caixa Cultural. Porém, os organizadores do festival foram obrigados a retirá-lo da programação por decisão da diretoria da Caixa Econômica Federal, conforme nota divulgada pela assessoria de imprensa do banco, sob alegação de que a instituição “entende que a arte deve ter o limite da imaginação do artista, porém nem todo produto criativo cabe de forma irrestrita em qualquer suporte ou lugar”.

Em resposta, a organização do RioFan se disse “contra qualquer forma de censura” e informou que todos os filmes selecionados para o festival foram avaliados por órgãos oficiais competentes e têm classificação etária de 18 anos.

A Abraccine defende a liberdade de expressão cinematográfica e o direito de os espectadores interessados assistirem aos filmes que lhes convêm, acreditando não caber a instituições públicas ou privadas a definição sobre o que deve ou não ser visto.

A responsabilidade sobre programação e observação à classificação etária de filmes apresentados num festival de cinema é da organização do evento, devendo a ela serem dirigidas eventuais questões controversas, sem, para isso, ser utilizado o ato de censura prévia (inexistente no país) a um determinado trabalho artístico.

Registramos ainda que “A Serbian Film” já teve pelo menos outras duas exibições anteriores ao RioFan: no I Festival Internacional Lume de Cinema (São Luís, no Maranhão) e no VII Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico (Porto Alegre, no Rio Grande do Sul).

Por esta nota, deixamos ainda claro que a Abraccine não está defendendo um trabalho ou um festival em específico, mas um princípio: o de um filme poder ser assistido e avaliado pelo espectador com liberdade.

ABRACCINE

Associação Brasileira de Críticos de Cinema


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