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Dez mais do Nokia Trends

Nokia Trends, Arena Skol Anhembi, São Paulo - 25/11/2006

por Braulio Lorentz
(texto e fotos)

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Mais fácil

Se compararmos com outros festivais não é difícil perceber que nesta ocasião era mais fácil ir ao banheiro, comprar bebida e saber o horário das (pontualíssimas) atrações. Quem chegava à arena, recebia um lineup que era feito para ser pendurado no pescoço.

Mais limpo

É neste tópico que eu posso ganhar fama de chato ou de fresco. Enquanto a chuva alagava São Paulo e criava um grande mar de lama nos arredores da Arena, na parte de dentro tudo estava sequinho: sem lama, sem sujeira (haviam mais faxineiros do que pitboys) e com espaço para todos. O que não quer dizer que o recinto estava vazio. 12 mil compareceram ao local e se dividiram entre o som dos DJs no Club e das bandas no Live.


Daniela, do Digitaria: checar e-mails é um direito do artista

Mais sentido

Os mineiros do Digitaria estavam na ponta do lineup do Live. Começaram às 22h e tocaram por cerca de 45 minutos. O vocalista e guitarrista Nest estava afetado e frenético como jamais se viu, muito diferente da comportadinha Daniela Queiroz, com quem ele divide os vocais. Contrastando com sua participação no Campari Rock, quando fizeram uma apresentação bem fora de lugar, a banda desta vez tocou no escuro, para uma platéia um pouco maior e um muito mais atenta ao som. Canções como “Anti†e “Teen Years†fizeram bem mais sentido.

Mais 2 Many DJs

O número de faxineiros só não era maior do que o de pessoas que usam alguma peça listrada do vestuário ou óculos de aro preto. Havia também os que enquadramos nas duas categorias. Depois do Digitaria, o SoulWax Niteversions foi a escolha ideal para a transição do eletrônico para o indie. O grupo contém em sua formação o mesmo 2 Many Djs que se apresentaria três horas depois no Club. Alguns indies torceram o nariz para o showzaço de versões noturnas da banda belga.

Mais indie

Todos (os indies um pouco mais) foram ao delírio com a aparição do Hot Hot Heat. A banda canadense abriu o show com “No, Not Nowâ€. Duas constatações vieram com menos de um minuto de apresentação: 1) o vocalista Steve Bays é muito mais pato do que o James Blunt. 2) Parece mesmo que está na moda segurar o microfone com uma mão e fazer outras coisas com a outra. Neste caso, a outra mão de Steve é usada para tocar o teclado. Dentre as músicas do mais recente disco, Elevator, de 2005, “Goodnight, Goodnight†ficou aquém e “Middle of Nowhere†além da versão de estúdio. O auge foi a execução do hit indie “Bandagesâ€, que fechou o concerto. Steve deixou de cantar o pré-refrão e apontou o microfone para que a platéia gritasse dezenas de “Don't worry now, don't worry now, don’t worry cause it's all under controlâ€.


Da esquerda: Steve, do Hot Hot Heat, e seu teclado

Mais pesado

O trio nova-iorquino We Are Scientists é muito mais pesado e divertido ao vivo do que em seu disco de estréia, With Love And Squalor, de 2005. As celebradas “Nobody Move, Nobody Get Hurt†e “It’s a Hitâ€, e as deliciosas “The Great Scape†e “Can’t Lose†foram intercaladas por muita falação. O divertido blábláblá do baixista Chris Cain e do guitarrista e vocalista Keith Murray inclui palavras em português que passam do tradicional “Obrigadoâ€. “Eu acho você legal. Vocês arrasamâ€, disse Chris, que me deixou com a certeza de que não existe baixista mais parecido comigo nos dias de hoje.

Mais engraçado

A maior graça não foi o português de Chris. Keith brincou com o fato do Hot Hot Heat ter dedicado a música “This Town†para São Paulo. “Eles falaram que cresceram em São Paulo. Nós não vamos mentir pra vocêsâ€, brincou o guitarrista do WAS, banda que saiu do Nokia Trends com pelo menos mais um fã.


Chris é engraçado, talentoso e se parece comigo

Mais ruim do que bom

The Bravery foi, de longe, o show mais fraco do festival. De longe mesmo: da arquibancada, para ser mais exato. O Pílula já contou um capítulo bem mais feliz da primeira passagem da banda de Sam Endicott pelo Brasil.

Mais desconhecido por mim

Sem pernas para ficar de pé, muito menos para pular, observei o animado show da banda inglesa Ladytron da arquibancada. Mesmo com a empolgação dos fãs, não teve tempo para bis. Porém, a gritaria foi tamanha que o quarteto de Liverpool até voltou para dar tchauzinho e agradecer o clamor do público. Passava das seis da manhã, a lama havia virado barro e já era hora de ir para casa, para o hotel ou para a rodoviária.

Mais puxa-saco

Não teve como não babar com atrações divertidíssimas, espaço muito bem arquitetado e mimos como pufs e arquibancada não muito longe do palco Live.

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