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Forno de Minas 2009

por Rodrigo Ortega

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"As promessas do pop mineiro colocam a mão na massa e apresentam ao Pílula lançamentos em preparação ou prontos para servir'. Essa foi a idéia da primeira ediçao do Forno de Minas, no ano passado. A receita dessa segunda edição continua a mesma, mas os produtos servem uma mesa bem mais diversa. Se antes o indie-rock dominava, dessa vez outros ingredientes entram no balaio, do grindcore ao samba de roda. Então encontre sua(s) panelinha(s) preferida(s) e bom apetite.

In Verso

Entre o pop e o inferninho

por Taís Oliveira

Fotos: Divulgação


In Verso no cromaqui

Como idéia na cabeça do guitarrista e vocalista Marcos Rosa, o In Verso existe desde 2001, mas só se concretizou como banda em 2007. Com muitos shows dentro e fora de Belo Horizonte, eles se preparam para lançar o primeiro EP, Avesso, no dia 28 de março, “com capa, tudo bonitinhoâ€, diz Marcos, ex-guitarrista do Impar. As músicas foram gravadas parte no Estúdio Engenho e parte no estúdio do Monno, e com a banda conterrânea eles compartilharam não só o QG, mas também o baterista Koala, que ficou responsável pelas baquetas de quatro das seis músicas do disco.

Já a pós-produção vai além das montanhas. “Estamos mixando uma música em Los Angelesâ€, conta Marcos, acrescentando que, se o resultado for positivo, todo o EP vai ganhar mixagem estrangeira. Para completar o show do dia 28, no Palácio das Artes, o lançamento também será do clipe de “Me desfazâ€, recém-filmado. Se você estiver lendo este texto a tempo, o show custa 8 reais e rola na sala Juvenal Dias, às 21h.

As influências vêm dos anos 90, mas não se restringem ao grunge. Na hora de definir o som em palavras, a coisa complica: “é rock, é pop, sei lá, difícil...â€, diz Marcos. O baixista Leandro Leroy simplifica: “é rock com apelo popâ€. Para entender melhor, é só imaginar uma banda que toca no rádio e também em inferninhos como A Obra. Enquanto caminha entre o rock e o pop, o In Verso se prepara para ganhar doses extras de energia. “Estamos fazendo músicas novas, uma coisa mais Foo Fighters", conta Marcos.

Ouça "Me desfaz":

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Grupo Porco de Grindcore Interpretativo

Entre o inferninho e o circuito não-ortodoxo da medicina contemporânea

por Marcelo Santiago

Fotos: Eduardo Loureiro

Como parte de um inovador tratamento para epilepsia, um grupo de médicos mineiros sugeriu que alguns de seus pacientes se aventurassem em sessões musicais. Graças ao avanço tecnológico (e a uma greve na direção do hospital em questão), essas sessões puderam ser registradas e disponibilizadas na internet. Assim surgia o Grupo Porco de Grindcore Interpretativo, nome criado durante uma vídeo-aula de yoga-culinária com Mike Patton (em português).

Após um incidente na cozinha da instituição de saúde, apelidado pela imprensa sensacionalista como The Rala o Pinto Massacre, o Grupo tornou-se conhecido por um maior número de pessoas, fazendo grande sucesso na ala de psiquiatria, onde, inclusive, angariou vários convidados especiais para novas sessões de terapia.

No circuito não-ortodoxo da medicina contemporânea, fragmentos criativos como “Mentiras†e “Music is my girlfriend†são aclamados como verdadeiras obras de arte ou, conforme publicou um blog guianense especializado em música alternativa, “la ceréje en el bolito de la piéce de resistance artistiqueâ€. Contrariando a aclamação da comunidade médica e artística, o Grupo Porco de Grindcore Interpretativo decidiu ir além de uma reles carreira musical e fundou seu circo performático itinerante, ampliando seus horizontes com apresentações em festas de formatura, rotatórias e bailes da terceira idade.


Uau

Ouça "La Marinada" (com Marina Vello)

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Bearhug

Urso, pássaros e um homem só

por Taís Oliveira

Fotos: Divulgação

Barulhos que viram músicas, passado que vira presente. É assim o "processo de composição" do Bearhug, se é que pode ser chamado assim. As músicas que estão no Myspace são resultado da transformação de "recortes incompletos e barulhos inaudíveis" a "canções que, para mim, fossem boas o suficientes para alguém ouvir", como explica Cláudio Silvano, único integrante da banda. O projeto foi a maneira de centralizar as músicas que ele vem fazendo há algum tempo. “Já tive vários projetos, mas nunca dediquei tempo suficiente para fazer algum deles durarâ€, conta Silvano.

O primeiro EP, Birds, foi lançado no começo do ano, e é definido por ele como “uma compilação de pequenos trechos e sons que já tinha gravado durantes alguns anos, em fita cassete e em digitalâ€. Trinta cópias foram feitas, com fotos, desenhos e letras, tudo feito à mão – mas a versão física só sai agora em março. Para o próximo EP, Cláudio Silvano deve contar com a ajuda de outros músicos, ao invés do esquema “banda de um homem só†do primeiro trabalho.


De cima: Cláudio, Cláudio

Ouça "Birds":

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Utopia!

A nova nova cara

por Rodrigo Ortega

Fotos: Tomás Arthuzzi

O quarteto Utopia! (com exclamação, o que os diferencia da saudosa primeira formação dos Mamonas Assassinas) é uma das caras da nova nova geração de BH. A idade dos integrantes varia entre 16 e 17 anos (exceto o baixista, super velho, com 22). Strokes e Los Hermanos são referências obrigatórias, mas eles absorvem também o novo rock inglês e também de BH.

Grupos que já apareceram aqui no Forno de Minas passam a ser referência. "Gostamos muito de bandas como o Impar, Monno, Transmissor", conta o guitarrista e vocalista Cido, cujo vocal lembra o do Bruno Miari, do Monno. Outra banda citada por ele, essa da safra mais nova de BH, é o Monograma, com um som parecido e igualmente promissor (ouça "Meias Trocadas").

O Utopia! fez alguns shows e participações em festivais pequenos, como a prévia do Grito Rock em BH, e as quatro músicas deles ainda são gravações cruas. Mas a idéia é continuar com shows e gravar um disco. Eles anunciaram essa semana no blog do Myspace que vão entrar em estúdio em abril para gravar seu primeiro EP, com 7 músicas, e prometeram até um novo nome para a banda.


Utópica serraria

"O grupo surgiu meio que de repente, a gente não se juntou com o intuito de fazer shows, começou brincando de tocar", explica Cido. Entre a brincadeira (assista à boa versão que eles fizeram de "Toxic", da Britney) e o início de um trabalho autoral "sério", o Utopia! é o mais novo nome da cena local pra gente ficar de olho.

Ouça "Porta retrato":

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Chapéu Panamá

Pra não dizer que não falei de tambores

por Augusto Veloso

Fotos: Divulgação

Na ativa desde 2005, Chapéu Panamá é um grupo que vem conseguindo um reconhecimento crescente e agora ocupa um espaço privilegiado no cenário de samba de Belo Horizonte. Da bandinha universitária que tocava em churrascos da turma para a nova guarda do samba de BH foram apenas 3 anos e um CD independente, produzido durante todo o ano de 2008.

Ronaldo Coisa Nossa, um dos precursores do samba belorizontino, é "padrinho" da banda. "Seu Ronaldo" emprestou voz, canção e letra de "Mercadão", para Chapéu Panamá gravar a história do marido e sua mulher ingrata que gasta todo seu dinheiro e não o deixa comprar nem o tira gosto.

Demorou, foi difícil, mas Ao Vivo na Biblioteca, o primeiro CD da banda, saiu e será lançado oficialmente em no dia 16 de abril, no Teatro Alterosa. O trabalho tem os dedos de dezenas de mãos, e assim, a cara do Chapéu Panamá: "o samba, na forma que o fizemos, não é invenção nossa (...). Nós achamos importante valorizar aqueles que nos ajudaram a formar essa sonoridade." diz Renato Rosa, que faz os vocais e toca violão na banda.


Os Chapéus dizem tchau

Ouça "Mercadão":

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