Busca

»»

Cadastro



»» enviar

Conexão 1: Porcas Borboletas, Arnaldo Antunes, Elias, música de filme.

por Braulio Lorentz

Fotos: Rodrigo Dai

» receite essa matéria para um amigo

Além de apresentar bandas em shows, entre outros afazeres, Elias é coordenador da rádio UFMG Educativa. Ao descrever o Porcas Borboletas, de Uberlândia, ele conta que havia um estagiário paulista que sempre falava muito do “Porrrcas Borrrboletasâ€. Guilherme Miquelutti, o tal estagiário, é integrante do nosso programa de rádio, e eventual colaborador do site. Mal sabe ele que o vocalista do Porcas, Enzo Banzo, gosta de vários sons que nosso amigo Paulista ama. “Eu tenho todos os discos das bandas brazucas dos anos 60 e 70. Sei qual a faixa sete do disco do Mutantes ou do Walter Franco, que é um cara que as pessoas conhecem menosâ€, diz Banzo, ao apontar, antes de seu show, quais sons ouve.

No palco, o gosto por bandas dessa estirpe se junta ao desejo de fazer gracinha – seja com a ironia das letras ou com as roupas espalhafatosas – e fazer poesia. O contato com Arnaldo Antunes começou por causa de seu poema “Euâ€, do livro “As coisasâ€. Os versos foram musicados pelo Porcas Borboletas e assim começou a conexão São Paulo-Uberlândia. Arnaldo resume a camaradagem entre ambas as partes com apenas duas frases: “Ganhei um presente ao musicarem meu poema. Adorei o disco deles [Carinho com os Dentes]â€.

A paixão por textos poéticos é a mesma. O pedido de música de filme, para o quadro do já citado programa de rádio, também se coincide. Enzo Banzo indica uma faixa da trilha sonora de Kill Bill (Bernard Herrmann, “Twisted nerveâ€) e Arnaldo pede uma outra música da mesma película, “Nobody But Meâ€, do The Human Beinz. “Nossa, o Porcas Borboletas pediu música do Kill Billâ€, avisei. “Mas eu não sei se é a mesma música...â€, explicou Arnaldo, meio desarmado. Resolvo, então, apontar para o painel escrito Conexão. Ele balança a cabeça e completa: “Conexões... Synchronicityâ€, antes de provar que realmente a música escolhida por ele era outra.


Se um dos dois tem bafo, o outro se deu mal

Eles pedem música do mesmo filme, assinam juntos uma mesma música e, claro, dividem o mesmo palco. Antes da entrada de Arnaldo, o Porcas faz o que está (mal-)acostumado a fazer. Enzo Banzo explica: “Esse ano está legal, porque em um fim de semana a gente toca em um festival independente, no outro a gente toca no Conexão. A gente desacostumou de palco pequeno, estamos sempre tocando nesses palcos grandes. E o legal é que tocamos pra uma galera novaâ€.

Os palcos grandes citados são os dos seguintes festivais pelos quais o Porcas passou: Demo Sul, de Londrina, Varadouro, de Rio Branco, Vaca Amarela e Bananada, de Goiânia, e Calango, de Cuiabá. “Lembrancinha†e “Cerveja†são duas faixas que se destacam no repertório.

Arnaldo, perto do fim do concerto, sobe ao palco e divide os vocais na já citada “Euâ€, em “Judiariaâ€, de Lupicínio Rodrigues, e em uma música de filme. Só que essa, pra variar um pouco, não está no Kill Bill. “Fora de Si†é da trilha de “Bicho de Sete Cabeçasâ€.

« voltar para o início

» leia/escreva comentários (1)