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Quatro por quatro

11.04.08

por Daniel Oliveira

Imagens do além

(Shutter, EUA, 2008)

Dir.: Masayuki Ochiai
Elenco: Joshua Jackson, Rachael Taylor, Megumi Okina, David Denman, John Hensley, Maya Hazen

Princípio Ativo:
interferências hollywoodianas

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Quatro motivos pelos quais você pode considerar assistir a “Imagens do alémâ€:

1) Você é fã ou gostou muito do original tailandês “Espíritos – A morte está ao seu ladoâ€. E está muito curioso para saber como a história do casal assombrado por fantasmas em suas fotos foi transposta para uma produção hollywoodiana.

2) O filme é protagonizado por Joshua Jackson e Rachael Taylor, como Benjamin e Jane Shaw. E você é daqueles que a) sempre acharam o Pacey o melhor personagem de Dawson’s creek; e b) não babaram só por Megan Fox em “Transformers†e perceberam que Taylor, a outra mocinha, também era muito bonitinha. A atuação como recém-casados felizes dos dois é até convincente.

3) O diretor do filme é japonês, Masayuki Ochiai, e até ensaia um desenvolvimento de personagens no início do filme, sem partir direto para os ‘sustos sobe-som’ e a correria desesperada.

4) Você é fã incondicional de terror oriental, não perde nenhum e não está nem aí para a opinião de jornalistas chatos e mal-humorados.

E quatro para provar que essa é uma idéia (muito) errada:

1) Se você gosta do original, já conhece a história – e, acredite, não há grandes diferenças aqui. Até as reviravoltas finais são idênticas, o que diminui grande parte do impacto. “Imagens do além†só torna mais feia a fantasminha Megumi – principalmente perto de Rachael Taylor – mudança um tanto preconceituosa e babaca.

2) Jackson e Taylor convencem como casal feliz. Mas na parte ‘casal infeliz e atormentado’ do roteiro, a coisa se complica. Taylor não é Naomi Watts - o que, junto com a falta de inspiração do roteiro, enfraquece as cenas dramáticas. E a refilmagem torna o personagem de Jackson um babaca (algo que era mais sutil no original), fazendo com que se torça para que ele se foda muito no final.

3) Ochiai ensaia um terror mais elaborado, mas a impressão é de que a montagem final foi tirada das mãos dele. Especialmente no final, quando algumas falas em off de Benjamin explicando o que se passa indicam que, muito provavelmente, cenas foram refilmadas para deixar o longa mais ‘acessível’. E os sustos não são usados em excesso. Mas são usados. E continuam tão irritantes quanto sempre foram, além de gerar um erro de continuidade crasso, envolvendo a manga do vestido da Megumi fantasminha nada-camarada.

4) Enfim: “Imagens do além†é um remake para norte-americanos gordos e preguiçosos que não lêem legenda. Como você não deve se encaixar nesse perfil, e gosta muito do gênero, vá à locadora. Ou pesquise mais coisas do cinema tailandês. Acredite: vai acrescentar muito mais à sua vida e ao seu repertório cinematográfico.

Mais pílulas:
- O grito 1 e 2
- O chamado 2
- O olho do mal
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A filosofia clássica do terror: enquanto os homens dormem, as loiras sofrem.

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