Busca

»»

Cadastro



»» enviar

Bridget, o retorno

30.11.04

por Priscila Kallfelz

Bridget Jones: No limite da razão

(Bridget Jones: The Edge of Reason -Inglaterra, 2004)

Direção: Beeban Kidron
Elenco: Renée Zellwegger, Hugh Grant, Colin Firth, Jacinda Barrett

Princípio Ativo:
Uma mulher desorientada e seu diário

receite essa matéria para um amigo

Talvez Renée Zellweger não concorde comigo, mas os 13 quilos a mais e os 70 milhões de dólares investidos não valeram tanto. “Bridget Jones No Limite da Razão†é, na verdade, a tentativa de repetir o que deu certo no primeiro filme: amor, sexo, situações engraçadas, um diário e muitos cigarros. Desta vez, a receita desandou.

Pra quem curtiu o primeiro BJ: uma comédia romântica fofinha, espontânea e com boa dose de humor, o segundo não dá conta do recado. Bridget, que agora namora o advogado Mark Darcy (Colin Firth - inglês sisudo de agasalho de rena no primeiro filme), deixou de ser aloprada, encantadora, crítica e com um jogo de cintura inconfundível, para se tornar insegura, quase retardada, com um gosto para roupas ainda mais discutível e desesperada para casar (afinal de contas, ela já está namorando há seis semanas!).

Hugh Grant, “interpretando†o mulherengo Daniel Cleaver, vem em pitadas menores para atordoar a já atordoada Bridget (ele era o carinha bonito, carismático, com sorriso sedutor que f... literalmente com ela no primeiro filme), ao ser convidado para trabalhar no mesmo canal de tv que a moça. A loirinha quase se engana pela cara de falso arrependido dele de novo, não fosse pela intrusão de uma “massagista profissional†na hora h, é simplesmente uma afronta à inteligência feminina. A gente dá um desconto: nessa altura do campeonato, ela já tinha até tomado chá de cogumelo em uma das cenas nonsense do filme.

Por falar em cenas, é difícil escolher a top: talvez seja aquela em que Bridget, depois de erroneamente parar na cadeia por tráfico de cocaína, aparece com suas amigas detentas dançando “Material Girl†no meio do cativeiro. Ou quando Mark e Daniel brigam enlouquecidamente por Bridget, cena que se encaixou perfeitamente no primeiro filme, mas que parece forçada no segundo: tentar afogar alguém em um chafariz de 30 cm de profundidade? Acho que rolou chá de cogumelo nos bastidores também...

As cenas filmadas quando Bridget e a turma de trabalho de Mark resolvem viajar para esquiar e as dela com Daniel na Tailândia são divertidas. O filme não é um caso perdido e, em alguns momentos, arranca risadas. Se vale a pena assistir, é por três motivos: 1º, pela trilha sonora de fim de filme – mesmo quando ele está na metade; 2º, pelo olhar britânico de Firth e 3º, pelo inesperado toque de lesbianismo antes do final, que parece ser o fim mesmo, já que Mark Darcy pede Bridget em casamento (mas isso você já esperava desde o começo...).

Tira logo a foto antes que o bico de idiota desmanche!

» leia/escreva comentários (2)