Bruno Mars é o geniozinho pop da vez. O norte-americano de 25 anos, nascido no Havaí, lança seu primeiro disco, Doo-Wops and Hooligans, já reconhecido por composições e participações em sucessos alheios, e pelo menos um mega-hit próprio garantido: “Just the way you are”. A faixa já chegou ao topo do Hot 100 da Billboard e tem tudo para também infestar as rádios do Brasil.
Além de “Just The Way You Are”, Bruno faz parte da equipe #todososenvolvidos em pelo menos 5 hits recentes: “Right Round”, do Flo Rida, “Wavin´ Flag”, aquela da Copa e “Fuck You!”, aquela do Cee Lo Green, que ele ajudou a compor, e “Nothin’ on You”, do B.o.B, e “Billionaire”, do Travie McCoy, que ele compõe e canta.
Doo-Wops and Hooligans é uma renovação no “rock de sofá”. O rótulo dos artistas “sérios”, mas que colocam melodias fáceis acima de qualquer inovação ou possível estranhamento (oi, Maroon 5) é o mais adequado para Bruno, já que ele faz uma tradicional farofa de estilos que leva principalmente R&B, rock e raggae. O excesso de talento do garoto é evidente. A forma com que ele o usa define os momentos óbvios ou divertidos do disco.
Em baladas de AM como “Our first time”, “Talking to the moon” e a própria “Just the way you are” ele explora ao máximo sua voz de falseto, “uuhs” e “aahs” e sua capacidade de fazer versos descomplicados. Nas melhores partes, elas lembram baladas do Michael Jackson, o que não é exatamente um elogio.
Mas uma chance a mais pra ele pode render alguns bons refrões na cabeça, ou pelo menos guilty pleasures. No raggaezinho “The lazy song” ele esquece de ser galã e diz que não quer fazer nada durante o dia, nem pentear o cabelo (autoidentificação mode on). “Runaway Baby” e “The Other side”, essa com participação do Cee Lo Green, fazem jus aos co-autores de “Fuck You”. E “Count on me” é o tipo de baladinha que ele devia fazer, com o devido corte na megalomania e vaidade.