HQs da semana: 19 de janeiro


Nossa avaliação

Em uma semana um pouco mais movimentada do que as anteriores, o grande destaque vai para a edição 8 do consistente título “Avengers Academy”. A história que repercute o espancamento da heroína Tigresa pela gangue do Capuz, ocorrido na revista dos Vingadores há alguns meses.

Na época, a cena foi criticada como uma demonstração de violência gratuita e mais um sintoma da “Era Sombria” dos quadrinhos (como o estupro e assassinato de Sue Dibny em “Crise de Identidade”, ou a tragédia do Arsenal em “Justice League – Cry For Justice”). Nem todas essas críticas foram infundadas, visto que o autor Brian Bendis, que escreveu a cena do espancamento, tende a mostrar algumas pretensões “tarantinescas” (evidência disso é o fato de que suas histórias de crime sempre foram superiores às suas histórias de super-heróis).

Mas em “Avengers Academy” o roteirista Christos Gage redime a história de Bendis, ao transformar a cena de violência barata em um motivo para discutir o trauma sofrido por soldados veteranos e por mulheres e crianças agredidas e abusadas. Longe de se tornar um sermão pedante em forma de quadrinhos, a edição nos lembra algumas das melhores histórias do gênero, que colocam os heróis para enfrentar um desafio muito mais difícil do que super vilões: dilemas éticos.

Enquanto “Amazing Spider-Man #652” dá seguimento à ótima fase do personagem (muito embora a edição seja mais fraca do que as anteriores), e “Brightest Day #18” continua a descida pelo ralo da série da DC (que já perdeu o brilho há várias edições, com o perdão do trocadilho), o maior destaque negativo vai para “Superior #4”, do polêmico Mark Millar. A quarta edição da mini nos ensina uma lição muito importante: nunca acreditem nas chamadas de capa (aquelas frases de efeito conhecidas em inglês como “blurbs”) das revistas de Millar.

O “blurb” dessa edição diz: “a melhor revista nas bancas”. Só se for nas bancas que só vendem as revistas de Millar, receio dizer. Com exceção da arte do competente Leinil Yu (mais conhecido pelo seu trabalho em “Secret Invasion”), não há nada que justifique essa chamada nada modesta.

A trama é uma reciclagem nada original de velhas “gags”, algumas saídas das histórias do Superman (como a da repórter que coloca a própria vida em perigo para conseguir uma entrevista com o herói) e outras do filme “O Último Grande Herói” (estrelado por Schwarzenegger). E é ainda coroada por uma reviravolta que deveria soar chocante, mas acaba saindo requentada, pois o próprio autor já a usou em “Chosen”, minissérie de 2004. Felizmente, podemos considerar a chamada de capa como mais um golpe de autopromoção de Millar (que os fãs chamariam de exagerado, e os detratores de mentiroso). Seria uma semana muito triste se essa fosse a melhor revista nas bancas.


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