Britney Spears – Femme Fatale


Nossa avaliação

[xrr rating=3/5]

Em seu 7º álbum, Femme Fatale, a música de Britney Spears finalmente evolui. Talvez a princesinha do pop tenha ficado incomodada com Lady Gaga, Rihanna, Katy Perry e outras aspirantes ao seu trono. Ou talvez simplesmente enxergou que, beirando os 30, já está bem longe do auge da forma física e não pode mais contar com suas apresentações recheadas de hormônios para levar fãs ao delírio.

A sonoridade do álbum vem de influências do dubstep que, apesar de interessante, depois de algumas audições pode soar como uma impressora matricial permanente nos ouvidos. Mas é isso que faz de Femme Fatale perfeito para as pistas. O time de produtores (mais de 15!), que vai de Dr. Luke a Will.I.Am, distorcem, alteram, autotunam e experimentam à vontade com a voz de Britney.

As faixas dispensam remixes. O primeiro single, “Hold it against me”, é a prova. O videoclipe reinventa o conceito de ritmo acelerado de edição e o excesso de marcas faz dele um anúncio publicitário de 4 minutos. O próximo vídeo já anunciado é de “Till the world ends”, canção chiclete composta por Ke$ha com uma vocalização no refrão que deve virar trilha sonora oficial dos carros de som alto pelas ruas das cidades.

Nas batidas menos aceleradas, o apelo pop radiofônico marca presença. “I wanna go” conta com um assovio grudento tão eficiente quanto a melodia de “Toxic”, um dos hits mais marcantes de Spears. Já “How I roll” se destaca pelo ritmo diferente e por levar a distorção nos vocais ao extremo.

Os fãs revoltados (LEAVE BRITNEY ALONE!) vão reclamar, mas o excesso da barulheira deixa algumas músicas com cara de trilha sonora de videogame. É o caso de “Drop dead”, que termina com um som ao estilo insert coin, dando início a “Seal with a Kiss”. Com isso, a audição do CD inteiro pode ser um pouco torturante. Individualmente, porém, as faixas funcionam até bem.

Will.I.Am, do Black Eyed Peas, não acrescenta muito em “Big Fat Bass”, faixa dispensável. “Trouble for me” surpreende pelos vocais possantes e melódicos (truque de estúdio). Mas a faixa mais inusitada é “Criminal”, a última. Numa balada de estilo country, uma filha declara à mãe que está apaixonada por um criminoso. Autobiografia? Talvez.

Nos últimos anos, Britney tem adotado uma postura mais reservada em relação à vida pessoal e tem falado menos asneiras por aí. A tentativa está refletida em Femme Fatale, o primeiro álbum de sua carreira que é coerente e bem formatado. O que não quer dizer que ela passará a cantar ao vivo ou a falar coisas inteligentes em entrevistas, mas sinaliza pelo menos uma maturidade que pode trazer a música de volta ao foco da indústria pop.

Uma luz dramática para dar a expressão e vida que fugiram dos olhos da moça anos atrás...


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