HQs da semana: 6 de abril


Nossa avaliação

Foi uma boa semana para o mundo dos quadrinhos: só o lançamento da primeira edição de Fear Itself, o primeiro grande crossover do ano, já mereceria uma coluna própria, mas alguns títulos concorrentes roubam uma porção da atenção, de modo que vamos por partes:

  • Em “Fear Itself #1” o roteirista Matt Fraction parece ter aprendido com os erros cometidos por Brian Bendis nos últimos crossovers da Marvel.  Enquanto os “eventos” orquestrados por Bendis pareciam pouco mais que uma desculpa para alterar o status quo do universo da editora, Fear Itself concentra o foco nos personagens. Especificamente, em três deles – Thor, Steve Rogers e o Homem de Ferro (claramente visando capitalizar em cima dos filmes baseados nas franquias Marvel, tanto os recentes quanto os que estão para ser lançados). Não é surpresa que Fraction tenha dificuldades em escrever o ex-Capitão América – ele tem uma experiência muito maior com os outros dois personagens, ambos protagonistas de títulos mensais escritos pelo roteirista. O conflito entre Thor e Odin, em particular, já vale o dinheiro gasto na edição: enquanto o deus do trovão tenta aprofundar os laços entre os asgardianos e os homens comuns, o pai-de-todos quer restaurar seu reino em Asgard, aproveitando pra fugir do nosso mundo no momento em que um antigo inimigo retorna. Em suma, é um bom começo para a saga, que opta por criar tensão e antecipação ao invés de estrear com algum evento bombástico e ir daí ladeira abaixo.

  • “Brightest Day #23” foi a edição que, curiosamente, deu mais o que falar do que o crossover escrito por Fraction. Só que não foi pela qualidade do material, mas sim pelo retorno muito esperado de um antigo personagem da editora. Digo “esperado” porque era um pedido frequentemente feito pelos fãs aos editores da DC. No contexto da megassérie, que entra agora em sua reta final, a chegada do personagem é completamente inesperada, já que nada nas 22 edições que precediam insinuou que a história tomaria esse rumo. Some a história bagunçada a uma arte totalmente sem brilho, e o resultado é que a DC perdeu uma ótima chance de atrair mais leitores ao gastar esse golpe publicitário em uma edição que simplesmente é ruim.

  • Outra surpresa da semana foi a nova série “Nonplayer”, cuja edição #1 acaba de ser lançada. Mas aqui não há golpe de marketing: “Nonplayer” repercute puramente graças aos seus méritos. O estreante Nate Simpson conseguiu colocar seu nome na cabeça dos principais críticos de quadrinhos simplesmente produzindo a HQ mais bela dos últimos meses, quiçá dos últimos anos! A arte é sem falhas, embora ainda seja cedo para falar da trama: no mundo mágico de Jarvath – um híbrido de Terra Média com Azeroth – uma caravana é atacada por um par de aventureiros, que logo descobrimos serem jogadores de uma espécie de MMORPG futurista completamente imersivo. Há um mistério em torno dos NPCs (Non Player Characters, daí o título), que parecem ter muito mais personalidade que o esperado, dando a entender que Jarvath talvez seja muito mais que um jogo de realidade virtual. Então, anotem os nomes “Nonplayer” e “Nate Simpson”, pois é certo que ainda serão muito ouvidos nos círculos dos aficcionados por HQs.


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