Pânico 4


Nossa avaliação

[xrr rating=3.5/5]

O telefone toca, ainda antes da primeira imagem surgir na tela. O aparelho aparece piscando, e duas mulheres bonitas atendem. Do outro lado da linha, a reconhecível voz rouca. É como se estivéssemos de volta aos anos 90, e todo fã de filmes de terror sabe o que vai acontecer a partir daí. E essa é exatamente a graça da história: “Pânico 4” joga para a torcida, e já entra em campo ganhando.

O filme que transformou o gênero dos filmes de assassinos seriais (como Jason e Freddy Krueger) ao ponto de se tornar um modelo para o terror da virada do século XX, reaparece na época da torture porn. Um caminho para a atualização da série criada por Wes Craven e Kevin Williamson seria a paródia de “Jogos Mortais” e afins. A saga de Jigsaw é inclusive citada, mas como uma piada dentro do filme, algo que não deve ser levado a sério a ponto de ser “homenageado”. O interesse do novo “Pânico” permanece nos clássicos filmes de assassinos correndo atrás de mocinhas com as cordas vocais bem desenvolvidas. Ou melhor, no remake desses filmes. “Sexta-Feira 13”, “O Massacre da Serra Elétrica”, “A Hora do Pesadelo” e “Halloween” são produções que foram refilmadas recentemente, e o filme do Ghostface pega carona nesta onda de reinícios.

A marca da série é a metalinguagem, e se o primeiro “Pânico” tratava dos clichês do gênero, o segundo falava das continuações e o terceiro comentava as trilogias. O quarto filme brinca com as “regras” dos remakes, para acabar contando a mesmíssima história de sempre. De volta à macabra Woodsboro para lançar um livro de autoajuda, Sidney Prescott (Campbell), sobrevivente dos filmes anteriores, traz com ela uma nova versão do assassino com cara de fantasma. E dá-lhe telefonemas, correria, adolescente idiotas, David Arquette e Courteney Cox. Tudo que todo mundo já viu antes. Mas não é disso que se trata um remake?

A mesma galera de sempre e as novas vítimas

“Pânico 4” está longe da originalidade e não consegue entregar a prometida reinvenção do gênero para o novo século. Mais do que um filme para iniciados, é um filme para os fãs da série, que vão reconhecer cada referência e piada com a produção de 1996. Além disso, talvez se trate do mais bem humorado capítulo da saga de Sidney, sem se levar a sério em nenhum momento (o que é ótimo), lembrando inclusive sua paródia “Todo Mundo em Pânico” em algumas cenas.

Craven comprova seu talento para o suspense, combinando planos abertos e fechados para nos deixar ansiosos com a possibilidade do assassino estar fora do quadro. O roteiro de Williamson peca por pagar tributo em excesso ao original, o que acaba por nos permitir adivinhar a solução de várias situações. Por outro lado, está bem antenado à atualidade, propondo uma divertida discussão sobre internet e o atual culto às subcelebridades.

Telefonemas, sustos, sangue, punhaladas e toneladas de referências cinematográficas. Ghostface está de volta. E os fãs vão adorar.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • A gente
  • Home
  • Retro
  • Homeopatia
  • Overdose
  • Plantão
  • Receituário
  • Ressonância
  • Sem categoria
  • 2022
  • 2021
  • 2020
  • 2019
  • 2018
  • 2017
  • 2016
  • 2015
  • 2014
  • 2013
  • 2012
  • 2011