Em matéria de HQs, a semana foi tão sem graça que se há algum destaque do qual podemos falar, são os mesmos de sempre. E estes nem estão na melhor forma!
Comecemos com “Batman Incorporated #7”, que acompanha a dupla dinâmica nativo-americana formada por Man-of-Bats e Little Raven. Enquanto o jovem assistente passa por uma crise existencial, ansiando por ações heróicas épicas, o velho herói insiste em manter a atuação da dupla restrita à reserva indígena em que vivem: segundo ele, uma área maior que Rhode Island e que conta apenas com cerca de vinte policiais. Man-of-Bats fornece um ótimo reflexo da vida decadente dos habitantes da reserva, apesar do otimismo de Bruce Wayne diante da sua situação: “Não é preciso gastar milhões, não é? A idéia funciona. Batman com baixo orçamento.” Onde a história deixa a desejar é na originalidade: Man-of-Bats passa pela velhíssima trama clichê do herói desacreditado, que todos pensam ser paranóico, só para ser provado ao final que ele estava certo o tempo todo.
“Amazing Spider-Man #664” é mais uma prova de que a qualidade da revista do aracnídeo ainda é alta. A edição foca na aliança desajeitada entre o Aranha, o Anti-Venom e a nova heroína “Wraith” – personagem criada pelo roteirista Dan Slott e que está muito bem amarrada à mitologia do aracnídeo. O vilão da edição é o misterioso Sr. Negativo e a revista serve como conclusão de várias tramas que vinham percorrendo o título desde Brand New Day. A “novela” do Aranha avança um pouco, com o desenvolvimento da situação do antagonista e com uma pequeno progresso no relacionamento entre Peter e a chatíssima Carlie Cooper: digamos apenas que o herói conta uma mentirinha digna de Bruce Wayne.
“Avengers – The Children’s Crusade #6” dá continuidade à lentíssima minissérie dos Jovens Vingadores em busca da Feiticeira Escarlate. É sério: a série começou há tanto tempo que fica difícil lembrar em que parte da continuidade Marvel ela devia se encaixar… A edição começa a dar uma idéia de qual é o plano do roteirista Allan Heinberg: redimir a Feiticeira Escarlate custe o que custar. Alguns dos malfeitos da ex-heroína já foram desfeitos, com algumas ressurreições e a participação especial do X-Factor. O detalhe é que ninguém se lembra dos milhares de figurantes mortos no M-Day, quando a Feiticeira tirou os poderes da maioria dos mutantes do universo Marvel. Se Wolverine parecia meio obsessivo com seu insistente discurso de “vamos matar ela logo”, parece que o resto da equipe está bem preparada demais para perdoar Wanda assim que ela terminar de reviver os personagens que matou. Só os importantes, é claro.