Impossível falar dos destaques da semana no mundo dos quadrinhos sem mencionar “The Twelve #9”, que marca o retorno da minissérie em doze partes (após um hiato de quase três anos (!), devido a compromissos do roteirista J. Michael Straczynski e do desenhista Chris Weston). Valeu a pena esperar? Isso provavelmente só teremos como saber depois que saírem as três edições finais.
O melhor que pode ser dito a respeito de “The Twelve #9” é que mantém o nível de qualidade do resto da minissérie, muito acima da média, mas ainda bem distante de clássicos como “Watchmen”. As comparações com a obra-prima de Alan Moore e Dave Gibbons são inevitáveis, já que há muitos paralelos na trama: o grupo de heróis falhos em um mundo no qual não são bem-vindos, o mistério em torno do assassinato de um deles, etc. A edição #9 avança a trama e propõe novos enigmas, mas alguns acontecimentos parecem um pouco artificiais, como se o roteirista quisesse apressar a história para terminar a tempo do número 12.
Outra minissérie Marvel digna de nota é “X-Club”, que chega nessa semana ao número 3 de um total de 5. O jeitão da mini lembra muito a hilária “S.W.O.R.D.”, outra mini em 5 edições focada em um elemento periférico do universo mutante – só que em “X-Club” o tema não é a versão Marvel dos “Homens de Preto”, mas sim o “clube de ciências” encarregado de fornecer o apoio forense, tecnológico e laboratorial aos X-Men.
Ao contrário de “S.W.O.R.D”, no entanto, o clima cômico de “X-Club” demorou a acertar a mão. O que nas primeiras edições parecia mais uma sátira a la “Casseta & Planeta”, no número 3 passa a parecer mais natural, como se o roteirista Simon Spurrier estivesse finalmente encontrando a “voz” dos personagens. Seu Dr. Nemesis ainda parece uma espécie de Deadpool com pós-doc, mas vale comprar a edição só pelas cenas em que ele cavalga um tubarão-martelo voador, com uma estrela-do-mar mutante presa ao córtex cerebral, vocalizando seus desejos e temores inconscientes. Isso, e a parte em que ele derrota um inimigo armado usando apenas o efeito placebo.
Por fim, no campo DC, o destaque é negativo. “Animal Man #6” passou a maior parte da edição narrando a meta-história do filme estrelado por Buddy Baker, o Homem-Animal: e não é uma história ruim, mas fica evidente para o leitor mais atento que tudo não passou de uma estratégia para trazer um desenhista convidado (no caso, John Paul Leon) e dar ao artista regular (o peculiar Travel Foreman) tempo para voltar ao cronograma. É o tipo de coisa que fica legal em uma coletânea, mas parece trapaça para o leitor que compra a revista mensalmente e percebe que pagou por 17 páginas de encheção de lingüiça e só três efetivamente contribuem para a narrativa.