Colegas


Nossa avaliação
Buddies (2012)
Buddies poster Direção: Marcelo Galvão
Elenco: Ariel Goldenberg, Rita Pokk, Breno Viola, Lima Duarte


“Colegas” acabou ganhando destaque nacional graças à campanha #VEMSEANPENN. Infelizmente, o vídeo tem muito mais emoção do que o filme. A proposta é claramente fabulesca, uma espécie de conto de fadas que se revela nas fantasias que o trio principal está vestindo e também na dimensão temporal nunca clara, que mistura TVs antigas, celulares, Raul Seixas e citações a filmes que ainda não existiam quando o Raul estava vivo.

As referências cinematográficas, aliás, são o cerne de “Colegas”. Assumidamente baseada em “Thelma e Louise”, a história segue três jovens com síndrome Down, Stallone (Goldenberg), Aninha (Pokk) e Márcio (Viola), que fogem da instituição em que estão internados e cruzam o Brasil em uma aventura com uma dupla de policiais em seu encalço. Mas a narrativa episódica rapidamente cansa, pulando de um fato ao outro com se fosse um “Sem Destino” sem a contracultura ou força política. Falta liga, dificultando o envolvimento do público com este road movie que é mais curioso do que divertido.

Muitas referências não fazem um bom filme, e apesar da boa ideia de brincar com clichês, eles se apresentam apenas para serem reconhecidos, e não para fazer a história andar (a dupla policial que não se entende é um bom exemplo). Assim se estabelece um cinema de curiosidades, tudo extremamente exposto (como a deslocada narração faz questão de comprovar) para que o espectador possa ver citações a filmes, locais turísticos, e até mesmo atores com Down.

O trio principal, inclusive, é o que melhor tem em “Colegas”. Extremamente carismáticos, eles carregam o filme nas costas e são responsáveis pelas sequências verdadeiramente divertidas quando se permitem um pouco ao improviso, ficando mais à vontade fora da rígida estrutura do quadrado roteiro (como na ótima cena do taxi argentino). Mas a falta de dimensão geográfica impede que torçamos muito para eles, já que estamos sempre perdidos sem saber onde estão, para aonde vão, quanto tempo até chegar ao destino. Muitas subtramas são abandonadas sem maiores explicações, como o cachorro, o mar, a paixão por cantores e o próprio Raul Seixas. O resultado é uma bagunça, um amontoado de referências e ideias jogadas sem muito cuidado, fazendo de “Colegas” uma produção interessante, mas com poucos momentos de graça.


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