The Music Never Stopped (2011) | |
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Direção: Jim Kohlberg Elenco: J.K. Simmons, Cara Seymour, Lou Taylor Pucci, Scott Adsit |
Baseado em uma história real, “A Música Nunca Parou” é o típico drama indie com pretensões de premiação: conflito entre pai e filho, personagem com problema mental, ambientação de época recente, elogio à arte. O “algo mais” que torna o filme uma experiência um pouco diferente é se concentrar em ser uma bela homenagem ao rock dos anos 60 e 70.
Gabriel Sawyer é o garoto rebelde que cresceu alimentado pela paixão do pai pela música clássica mas, adolescente, optou pelo sexo, drogas e Grateful Dead. E Bob Dylan. E Beatles. E Rolling Stones. E Buffalo Springfield. E… Já deu pra entender. Partindo do livro “O Último Hippie”, de Oliver Sacks, a história já começa nos anos 80, quando os pais de Gabriel são chamados a um hospital para encontrar o filho, sem memória, que não viam há vários anos.
A boa interpretação de Lou Taylor Pucci torna crível a mente confusa do homem que não consegue se comunicar por não lembrar de nenhum acontecimento recente. Mas o show é de J. K. Simmons. É ele quem dá vida a toda a complexidade de Henry, pai de Gabriel e verdadeiro protagonista do filme.
O conflito de gerações que levou ao rompimento entre os dois no passado é atualizado pelo conflito musical, já que se descobre que o rapaz consegue acessar memórias mais antigas a partir de determinadas músicas. Só resta ao pai buscar compreender o rock para ter algum diálogo com o filho. “A Música Nunca Parou” acerta ao fazer de forma sutil o paralelo com o passado, em que a música se torna uma espécie de máquina do tempo que revive momentos e permite uma segunda chance aos personagens.
Apesar de cair na pieguice em alguns momentos e forçar situações para criar humor, o filme respeita as pessoas em cena e, de quebra, discute a relação entre o que se convencionou chamar de alta e baixa cultura. Um drama eficiente que será mais interessante quanto maior seu conhecimento das músicas da época.