Caça-Fantasmas


Nossa avaliação
Ghostbusters (2016)
Ghostbusters poster Direção: Paul Feig
Elenco: Zach Woods, Kristen Wiig, Ed Begley Jr., Charles Dance


Lançado em 1984, “Os Caça-Fantasmas” foi um fenômeno de popularidade que transformou o filme em uma daquelas obras que ultrapassam o ano e até a década em que são produzidas. Enquanto objeto de culto, o filme possuía aquela áurea de intocável, apesar de estar longe de ser uma das obras-primas do cinema. Por que reformular algo pelo qual tantas pessoas tem tanto carinho? Porque era necessário.

“Caça-Fantasmas”, o remake, é uma bem-vinda atualização da comédia de sustos, trazendo, agora, quatro mulheres como protagonistas. O fato de ter Kristen Wiig, Melissa McCarthy, Leslie Jones e Kate McKinnon como estrelas não é uma simples troca dos homens do original por mulheres: é uma sólida representação do mundo de hoje, da luta contra o machismo e do empoderamento feminino.

Não há um interesse amoroso masculino na história (Cris Hemsworth é só o homem-objeto) e os homens são invariavelmente patéticos, do entregador ao prefeito. As mulheres bastam por si mesmas e só isso já justificaria o remake. Mas o diretor Paul Feig vai além na subversão do original ao mesmo tempo em que se mantém extremamente fiel ao seu divertido conceito. As mulheres se juntam para caçar fantasmas e, embora inicialmente desacreditadas, vão aos poucos se provando quando uma infestação de seres sobrenaturais começa a acontecer em Nova York. Se nos anos 80 o grupo parecia um bando de dedetizadores, as novas caça-fantasmas são as nerds alçadas ao posto de rockstar (com direito a palco) graças ao seu conhecimento – verborragicamente exibido –  e coragem.

E é na luta contra um fanático religioso (não por acaso o fanatismo religioso é atualmente um dos principais resquícios da noção de submissão feminina) que as “Caça-Fantasmas” selam seu compromisso de desnortear o universo masculino pela inversão dos papéis tradicionais de grandes produções hollywoodianas e pela destruição literal de alguns símbolos masculinos (e nada mais simbólico aqui do que um ataque certeiro a uma nova versão do clássico fantasminha branco do original).

Apesar de um começo arrastado em que se perde tempo demais apresentando um universo e relações que são muito simples e fáceis de compreender, o filme é uma divertida comédia com ótimos efeitos especiais e que presta tributo à obra de 1984 não apenas por sua concepção original, mas também pelas várias participações especiais que oferece aos fãs. “Caça-Fantasmas” equilibra bem sustos pontuais com ótimas piadas ao mesmo tempo em que alfineta os haters da internet e apresenta em sua cena pós-créditos a possibilidade de uma continuação.

Se há uma atualização desnecessária, é a da música original. Mas aí já é pedir demais.


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