Rogue One: Uma História Star Wars


Nossa avaliação
Rogue One: A Star Wars Story (2016)
Rogue One: A Star Wars Story poster Direção: Gareth Edwards
Elenco: Felicity Jones, Diego Luna, Alan Tudyk, Donnie Yen


“Durante a batalha, espiões rebeldes conseguem roubar os planos secretos da arma decisiva do Império, a Estrela da Morte”.  A frase está no famoso texto de abertura de “Star Wars – Episódio IV: Uma nova Esperança”, lançado em 1977. Usar como sinopse o prólogo do Guerra nas Estrelas original é uma escolha arriscada, já que todo fã da saga sabe como a história acaba. “Rogue One” assume o risco e entrega uma dos melhores filme da franquia.

Com sete filmes, vários livros, animações, games, quadrinhos e tudo o mais que for possível licenciar, “Star Wars” deixou de ser uma série de cinema e foi se tornando – ao longo de quase quarenta anos – um mundo próprio, com seus fatos históricos, heróis e vilões. A grande ideia por trás de “Rogue One” é assumir a saga como História com H maiúsculo, uma narrativa sobre um tempo passado (o “Há muito tempo atrás” de suas aberturas) em um lugar longínquo (a “galáxia muito distante”). Assim como é possível se emocionar com “Band of Brothers” mesmo já sabendo quem ganhou a II Guerra Mundial, a experiência com “Rogue One” pode ser encarada como a representação de um fato histórico importante para a História da galáxia. Sabemos que os “espiões rebeldes conseguem roubar os planos secretos”, mas não como e nem quem são eles, e muito menos os sacrifícios exigidos para tal.

O diretor Gareth Edwards faz um filme de guerra, sujo, violento, em que os personagens são peças menores dentro de um acontecimento maior: não espere jedis superpoderosos com feitos extraordinários, em “Rogue One” a missão é mais importante do que seus soldados. Mesmo assim, o filme segue a jornada do herói com a estrutura clássica dos filmes da série: Jyn Erso é a filha de uma pessoa importante (os laços familiares sempre fundamentais na mitologia da saga), possui um mentor misterioso, e encontra aliados improváveis, incluindo um robô de personalidade forte (e além disso o clímax se divide em três linhas narrativas, como acontece nos outros episódios). O que difere é este olhar histórico, consciente da importância do que está sendo narrado e com poder de ressignificar o próprio Episódio IV que deu início a tudo.

O filme assume um tom mais sério e fatalista (com direito a referências a conflitos atuais em relação a guerras religiosas, armas de destruição de massa e terrorismo) , mas tem ótimas piadas e personagens cativantes. Este equilíbrio entre o macro (a História) e o micro (a relação entre os personagens) é o maior mérito de “Rogue One”, que consegue ao mesmo tempo ser diferente, mas também um típico Star Wars (incluindo as atuações irregulares). E apesar da experiência ser  melhor para quem conhece o filme de 1977, trata-se de uma obra que pode ser vista por quem nunca teve contato com Guerra nas Estrelas, funcionando também de forma independente.

Com bom ritmo, escala épica e um dos grandes momentos de toda a saga (que envolve alguns pobres rebeldes encurralados com uma porta que não abre totalmente), “Rogue One” é mais do que um passatempo até a chegada do “Episódio VIII” ou uma ponte pro “Episódio IV”: é cinema bom, bem escrito, bem dirigido e sem medo de tomar as decisões que precisa para cumprir sua missão de transformar a frase de abertura de um filme em uma obra de arte.


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