Planeta dos Macacos: A Guerra


Nossa avaliação
War for the Planet of the Apes (2017)
War for the Planet of the Apes poster Direção: Matt Reeves
Elenco: Andy Serkis, Woody Harrelson, Steve Zahn, Karin Konoval


Há um momento em “Planeta dos Macacos: A Guerra” em que o líder símio César é reverenciado por seus companheiros. Na troca de olhares e gestos percebe-se não apenas uma reverência ao personagem, mas a total certeza de que se trata de uma figura histórica. O fato do espectador sentir a mesma admiração por ele é a maior prova de que, ao chegar ao fim, esta bem sucedida trilogia de prequels construiu um dos grandes personagens da história do cinema.

De simpático macaquinho no primeiro filme, passando por um grande comandante no segundo até uma figura já lendária neste “A Guerra”, o César de Andy Serkis e da equipe de efeitos visuais da Weta Digital é complexo, carismático e assustadoramente realista. E por o conhecermos já ao longo de todos esses anos, compreendemos suas decisões difíceis e muitas vezes errôneas neste terceiro filme ao partir para uma vingança pessoal que pode colocar em risco toda a sua espécie.

Neste embate final entre símios e humanos, o longa assumidamente se apoia em “Apocalipse Now”, citado diretamente em uma pichação de parede e no Kurtz pós-apocalíptico de Woody Harrelson.  Ao tentar apresentar um adversário à altura de César, o roteiro às vezes exagera um pouco no sadismo do Coronel, ansioso por torna-lo mais bestial do que os animais que ele busca exterminar. Mas Harrelson insere uma sensibilidade em sua atuação que deixa seu personagem tão interessante que conseguimos o compreender, mesmo que não concordando com suas motivações. Ele e César compõem uma dupla trágica, humanos em seus erros nas tentativas de acertar.

Mas não há dúvidas para quem torcer: ao colocar seus símios presos em uma espécie de campo de concentração para macacos, “Planeta dos Macacos: A Guerra” corta de vez a ligação com os humanos que vem se desfazendo aos poucos ao longo da saga e dessa vez não deixa dúvidas de que a identificação deve ser total com os macacos. Mesmo a criança que passa a compor o grupo dos animais não consegue provocar a mesma empatia que os personagens digitais.

Adotando uma escala épica desde o início, Matt Reeves dirige o mais ambicioso e mais irregular longa da trilogia. O realismo está lá de forma seca e brutal, em um filme de guerra e fuga que poderia ser um pouco mais dinâmico em alguns momentos e acaba levando a um clímax anticlimático. Parece que “Planeta dos Macacos: A Guerra” quer adiar ao máximo nossa despedida do grande César. E quem pode culpa-lo?


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