O Iluminado, clássico de Kubrick detestado por Stephen King e reverenciado pelo resto do mundo, completou 40 anos e reúne tantos fatos curiosos, que a página de trivia do IMDB deve ser mais longa que o próprio script do filme. 2 fatos, no entanto, chamam a nossa atenção e aproveitamos a data para destacar. O primeiro pela ligação com o Brasil e o segundo, que mostra que mesmo designers renomados passam perrengues com clientes muito exigentes. Ambos mostram a atenção do diretor aos mínimos detalhes
Kubrick tinha a fama de ditador no set por conta do seu excessivo controle sobre tudo, mas isso não acabava no set. E também tinha seu lado fofo. Veja só essa carta em português direcionada ao diretor Nelson Pereira dos Santos, responsável pela versão brasileira do filme O Iluminado no Brasil. A peça abaixo faz parte do acervo do MAM:
Mas, na maior parte das vezes, sua obsessão por controle era algo bem chato. O que nos traz a segunda curiosidade: o renomado designer Saul Bass, conhecido por criar as vinhetas de Hitchcock e revolucionar a arte das aberturas de filmes e dos posters (Vertigo, Spartacus, O Homem do Braço de Ouro, Anatomia de um Assassinato, Psicose, etc), sofreu há 40 anos, quando precisou receber a aprovação da arte para o poster de O Iluminado. Veja quantas soluções precisou apresentar antes de ganhar um ok. E Kubrick não hesitava na hora de descer a lenha nas propostas: “Difícil de ler”, “esses elementos são irrelevantes”, “parece filme de ficção científica”. Servicinho “all work and no play” para o pobre Saul Bass.