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Pré-high school aliens

24.09.09

por Filipe Isensee

Pequenos invasores

(Aliens in the attic, EUA/Canadá, 2009)

Dir.: John Schultz
Elenco: Carter Jenkins, Austin Butler, Ashley Tisdale, Ashley Boettcher, Doris Roberts, Robert Hoffman, Kevin Nealon

Princípio Ativo:
burocracia infantilóide

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Em determinado momento do filme, pensei no que uma amiga falaria se estivesse na minha situação. Provavelmente um sonoro e agudo “que-pre-guiii-çaâ€.

Alguns filmes são melhor apreciados por crianças. Apesar da solidão, e talvez por isso, elas caminham com mais segurança pelos corredores do fantasioso. Eu que já não sou mais criança - e que assisti sozinho a “Pequenos Invasores†- não gostei muito do que vi. Numa década em que alguns dos melhores filmes têm o carimbo, duvidoso é verdade, de “filme para criança†(e a trinca de ouro da Pixar, “Ratatouilleâ€, “WALL-E†e “Upâ€, não me deixa mentir) fica mais difícil gostar de obras como essa. Não é de todo ruim, mas sabe quando falta emoção e sobra burocracia? Pois então, é por aí. Mas vamos lá.

Uma família em férias. Um filho adolescente incompreendido. Pais, tio, avó, primos, cunhado e duas irmãs ao seu redor. A mais velha namora um cara que, ela não sabe, já está quase se formando na faculdade. Vindos do espaço, quatro alienígenas - os pequenos invasores do título - querem destruir o planeta e aterrissam bem no sótão da casa. Lá se inicia uma luta secreta e, como esses seres possuem uma máquina que controla a mente dos adultos, as crianças são a única salvação para se evitar uma invasão alienígena.

Como era de se esperar, somos salvos. Mas o filme não. O ritmo da trama, apesar do pouca duração, é arrastado e o roteiro não inova nem tem a preocupação de destrinchar os personagens apresentados. Ao tentar misturar sequências de ação com situações engraçadas (sic), o resultado fica longe da uniformidade. E se os efeitos digitais são atrativos técnicos, deixam a desejar na construção dos quatro alienígenas, já que as figuras não são capazes de criar nenhum tipo de relação (empatia ou asco) com o público.

Os atores jovens mantêm a naturalidade, sem o tom “over†muitas vezes vistos no cinema (a escola Dakota Fanning de atuação não chegou até aqui). Ao mesmo tempo, é duro ter de aguentar a subtrama desnecessária envolvendo Ricky (o faz-me rir Robert Hoffman), Bethany (a azeda Ashley Tisdale) e o dilema “será que eu dou ou nãoâ€.

Os atores mais velhos fazem pouco com o que têm em mãos, mas é sempre bom rever Doris Roberts, ganhadora de quatro Emmys por seu papel em Everybody Loves Raymond. A cena em que vovó Rose, controlada pelos ETs, luta com o namorado da sua neta é uma dos poucas divertidas da trama – acho que nesse momento até esbocei um sorriso. Não é de todo ruim, mas sabe quando você começa a duvidar se até mesmo o público-alvo desse filme iria gostar do que está vendo? Pois então, é por aí.

Mais pílulas:
- Zathura - Uma aventura no espaço
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Pelo menos a garotinha é fofinha.

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