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Os brutos também amam

31.05.05

por Rodrigo Ortega

Oasis - Don't Believe the Truth

(Sony, 2005)

Top 3: “Lylaâ€, “Love Like a Bombâ€, “Let There Be Loveâ€â€

Princípio Ativo:
Amor

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Os irmãos Gallagher estão de volta com Don’t Believe the Truth. A espera de três anos por este disco gerou até boatos sobre o fim da banda. Felizmente, tudo balela. Don’t Believe the Truth é o Oasis em sua melhor forma, uma sensacional coleção de rocks pulantes e baladas comoventes. Continuam na banda o guitarrista Gem Archer e o baixista Andy Bell (ex-Ride). Contam ainda com o reforço do baterista Zak Starkey, filho de Ringo Starr. Sim, eles tiveram a cara-de-pau de colocar o filho de um ex-Beatle na banda. Marketing à la Oasis.

O primeiro single, “Lylaâ€, foi o mais vendido na Inglaterra já na semana em que chegou às lojas, com versos que lembram Stones, aquele jeito retrô de ser e um refrão memorável. O álbum vazou como ar, pela Internet, após ter sido colocado à venda por engano na loja virtual do I-Tunes da Alemanha, quase um mês antes da data lançamento mundial, 30 de maio. X & Y, novo disco do Coldplay, tem lançamento quase simultâneo, o que deve gerar uma das melhores brigas nas paradas dos últimos anos.

Don’t Believe the Truth começa com os pianinhos meio Travis de “Turn up the Sunâ€, mas em poucos segundos entram muitas guitarras em um arranjo grandioso, com direito a violinos. O refrão entrega um tema recorrente do disco: “Love one anotherâ€. Liam Gallager não abandona sua pose de mau, mas sabe que os brutos também amam.

“Love like a bomb†é a canção mais simples e apaixonante do disco, mais ou menos como o hit “Songbird†foi no anterior, Heathen Chemisty (2002). Noel e Liam se revezam nos vocais de “Let there be loveâ€, linda balada de quase sete minutos.

Noel assume a voz em mais três faixas, as menos convencionais do disco. “Importance of Being Idle†e “Part of Quewe†são baladas pouco açucaradas e muito inspiradas. “Mucky Fingersâ€, de longe a maior surpresa, tem levada idêntica a “Waiting for the Manâ€, do Velvet Underground. Claro que a surpresa não é o Oasis “reciclar†os clássicos, mas a fonte da vez, já que Noel já declarou que odeia bandas que copiam Velvet e acham que fazem arte. “Fuck art, let’s rockâ€, diz ele.

Até a faixa escondida no final é ótima, e seria a melhor instrumental já gravada pela banda, se Liam não cantasse “I can see it now†nos últimos segundos. Da rapidinha “Meaning of soul†à romântica “Keep the dream aliveâ€, são todas hits em potencial. É, Chris Martin, essa vai ser difícil.

O disco novo do Oasis é assim, bem ensolarado mesmo

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