Busca

»»

Cadastro



»» enviar

#3

por Rodrigo Campanella

» receite essa matéria para um amigo

Se na terceira competitiva nacional o festival não desse nem uma subida sutil na qualidade geral, era hora de jogar para o alto a paciência e esperar uma debandada de público. Por sorte, o terceiro programa nacional trouxe uma guinada (leve), que promete continuar na programação de amanhã, segunda-feira.

Depois de alguns anos assistindo a curtas a rodo, dá para dizer que é um verdadeiro milagre encontrar um curta de ficção nacional que consiga casar bem a fotografia, a direção de arte, a trilha sonora e o tempo da história, na montagem. A vida cotidiana brasileira sempre parece ter uma cor ou uma luz de filme do Almodóvar, mas que não batem de modo algum com o tempo da narrativa ou a vontade de uma ‘boa mensagem’ no final. Normalmente, a trilha sonora também é massacrada no meio do caminho, parecendo ter sido juntada apenas na hora de mandar a lata de filme para algum festival.

É desse mal sonoro e visual que sofre o paranaense “Terra Incógnitaâ€, o que só faz a performance de Ary Fontoura ficar ainda maior na tela. O curta nacional parece sofrer bastante de um vocabulário audiovisual truncado, mas é ele o espaço onde grandes atores ressurgem, longe dos tipos restritos da televisão. Aquele cara que você sempre viu na novela de repente está ali, dominando a tela e sua atenção.

“Medulaâ€, de Eryk Rocha e Tunga, vale mais pelo incômodo visual e sonoro que causa do que pela piadinha moral no final, bem corta-clima. O curta parece provocar o espectador com uma imagem interessante que conjuga mulher, comida e consumo, mas no final fica a impressão de que quem assistiu é que viu coisa demais ali. Vale dar uma olhada, como curiosidade, nesse e no semi-marginal “Operação Morengueiraâ€.

« voltar para o início

» leia/escreva comentários (5)