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Um projetor é uma arma que dispara 24 vezes por segundo, seja verdade, seja mentira. Aquele “Freqüência Hanói†da primeira competitiva nacional sabia e lembrava o espectador disso com bastante eficácia. O inesperado é encontrar isso em estado bruto e artisticamente tão feliz como no filme-fuzil “Kalashnicovâ€. Nessa terça de tarde a competitiva do dia anterior (hoje) repete (às 17h), e se você estiver na sala, pode ter uma boa surpresa também. Sem ironia, vá desarmado e talvez, por sorte, o filme te pegue também.

Picasso foi embora ontem do Palácio das Artes e parece ter deixado de brinde um bom público em busca de se divertir sendo chocado culturalmente, de preferência se isso é de graça e estamos nas férias (nacionais?) de julho. Público significa filas, que hoje cresceram em tempo recorde especialmente para o não lá grande espaço do hall inferior do Palácio.

Um comentário preso aqui no teclado desde o primeiro dia é que o apoio do projetor das legendas, uma marca registrada no festival, sofreu uma séria baixa, temporária, nesse ano. Quem já freqüentou ou leu aqui sobre o Festival de Curtas sabe que invariavelmente o que segura o projetor no ponto certo é uma pilha de catálogos do festival. É algo como uma marca registrada, que neste ano acabou sendo deixada de fora pela demora na chegada dos tais catálogos.

Como esse material impresso chegou apenas hoje, no quarto dia, eram dois resolutos e mui brancos copos de plástico que faziam as vezes de pedestal do projetor desde a primeira exibição. Ver isso no começo foi engraçado, mas depois vira paisagem. Ainda assim, faz falta a pilha-símbolo de catálogos, ocupando seu posto de guardiã das legendas.

Assistindo mais cedo à mostra de videoclipes, a pulga atrás da orelha não parava de falar: se você tem criatividade à pampa mas pouco recurso técnico, para que insistir em fazer uma desanimação em 3D como o clipe de “Cidade Cinza†dos Astronautas (PE) e não uma idéia simples, meio amadora mas que funciona bem como em “Cabidelaâ€, do Mombojó? No geral, a seleção de clipes mostra que é bom ficar um atento para os rumos que o vídeo musical brasileiro vai tomando, exatamente onde ele pode ser mais criativo pois não tem a necessidade de vender, muito. Quando a idéia é melhor que a técnica (“Xálalaâ€, do Los Pirata), o resultado é no mínimo divertido.

As indicações finais do dia, fechando rapidinho, vão para “Justiça ao Insulto†(SP) e “Cão†(Alemanha) – as duas indicações do Daniel Oliveira – e para “Eletrodomésticasâ€, do mesmo diretor do ótimo “Vinil Verdeâ€. Um retrato a limpo da razão de aspiradores e máquinas de lavar serem o fetiche da classe média, ou ao menos um bom jeito de se ligar gente na tomada. Vá lá, que a gente espera.

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