Tudo de novo
17.09.10
por Renné França
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Resident Evil 4: Recomeço
(Resident Evil: Afterlife, EUA/UK/Alemanha, 2010)
Dir.: Paul W. S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Ali Larter, Kim Coates, Shawn Roberts, Wentwortth Miller, Sergio Peris-Mencheta
Princípio Ativo: 3D e repeteco
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“Resident Evil 4: Recomeço†é a primeira produção pós-Avatar que chega aos cinemas com o 3D captado pelas câmeras criadas por James Cameron. E é impressionante a diferença de qualidade para as obras que fazem uso do 3D convertido. O diretor Paul W. S. Anderson elaborou a quarta parte da saga baseada nos jogos de videogame com a nova tecnologia em mente: são várias partÃculas atravessando a tela, como gotas de chuva ou mesmo fumaça, e muitos túneis e corredores utilizados para explorar a perspectiva ampliada pela terceira dimensão. Os objetos atirados em direção ao espectador estão presentes também, mas são poucos.
Dito isso, a tecnologia é o que de melhor o novo “Resident Evil†tem: sobrou atenção para o 3D e faltou cuidado com todo o resto. Longe de ser o “recomeço†que o tÃtulo promete, o novo episódio da franquia regurgita a mesma história de sempre em uma odisséia apocalÃptica que não sai do lugar.
Alice (Jovovich) continua em busca dos sobreviventes do vÃrus liberado pela corporação Umbrella, enquanto luta contra mortos-vivos mutantes. Uma das primeiras providências do filme é retirar os superpoderes da protagonista, que havia se tornado uma espécie de super-heroÃna invencÃvel, eliminando a (pouca) dramaticidade da história.
Mas, mesmo protagonizado por uma “mulher comumâ€, o filme não está livre dos exageros tÃpicos da série e aà estão seus momentos mais divertidos. Apesar das cenas de ação clichês e do abuso da câmera lenta, Anderson consegue entregar alguns momentos empolgantes que não têm vergonha de se assumir como ação descerebrada.
O problema é quando o filme tenta criar mistério, fazer suspense ou propor alguma investigação da condição humana. É tudo tão previsÃvel que nem mesmo as piadas metalinguÃsticas envolvendo um produtor de cinema funcionam. “Resident Evil†é na verdade um filme B com grande orçamento e bons efeitos especiais. Quando se assume dessa forma, funciona bem. Quando busca maiores pretensões, fracassa miseravelmente.
Na seleção natural proposta pelo longa, só as mulheres bonitas sobreviveram. O mundo parece evoluir para uma civilização caucasiana, já que as minorias presentes apenas servem de comida para mutantes, enquanto os brancos de olhos claros escapam para salvar o dia. Apesar dos pesares, deve agradar aos fãs da série, mesmo com o lengalenga sem fim que vai continuar no próximo episódio, já que este termina com um final descaradamente em aberto. Parece que ainda tem muita gente para morrer até o planeta ser repovoado pelos brancos norte-americanos.
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Só faltaram as camisetas brancas.
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