O casamento da minha melhor(?) irmã
20.02.08
por Priscila Kallfelz
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Vestida para casar
(27 dresses, EUA, 2008)
Dir.: Anne Fletcher
Elenco: Katherine Heigl, James Marsden, Malin Akerman, Edward Burns
Princípio Ativo: estrogênio em gotas
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Apesar das contra-indicações causadas pelo mau uso, tem gente que ainda curte a idéia de casar. Não de estar casado propriamente, mas de casar: com direito a véu, grinalda, anáguas e buquê.
E ninguém curte mais que Jane (Heigl, a Izzie de Grey’s Anatomy): filha mais velha que criou a irmã depois do falecimento da mãe; secretária perfeita (e inutilmente apaixonada) e garota que não sabe dizer “nãoâ€. Isso até encontrar Kevin (Marsden), cÃnico escritor miseravelmente preso na seção de “Commitments†(Compromissos), que ‘paga’ seu jornal*, até cavar a chance de escrever uma matéria de verdade para sair dela.
Após acolher em casa a irmã Tess (Malin Akerman), modelo linda-e-loira, mimada e recém-chegada de Nova Iorque, Jane presencia, por acidente, o noivado da irmãzinha com seu venerado chefe, George (Edward Burns). E a organização da festa do casório de última hora (afinal, quem decidiu se casar com duas semanas de relacionamento pode muito bem preparar a cerimônia em três) cai, adivinhe, nas mãos da protagonista.
Mas a convivência forçada entre Jane e Kevin, responsável pela cobertura do casamento, revela-se útil para ambos. Jane aprende com Kevin a ser mais autêntica – e, de quebra, ensina de forma não-convencional sua irmã a dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade (e que Deus as ajude). E Kevin descobre em Jane, eterna dama de honra, a fonte para seu furo de matéria sobre a lucrativa indústria casamenteira.
Só que as coisas mudam de figura como a protagonista muda de vestido. A matéria de Kevin expondo Jane, Tess e o mundo perverso dos negócios de casamentos é publicada na primeira página do domingo, quando um novo romance surgia. (Neste ponto, quem já tiver assistido a “Nunca Fui Beijada†pode dormir ou passar o filme para frente. A idéia é a mesma, troca-se apenas a ordem dos fatos e invertem-se os personagens, mas está tudo lá). E como em toda comédia romântica que se preze, vem a ação: o primeiro tapa é muito bem dado. E definitivamente merecido. O segundo, clichê.
Após 27 vestidos e mais alguns minutos de pipoca, é hora do novo casal decidir se entra para a “última forma legal de escravidãoâ€, termo muito bem aproveitado. Assim como vestido de casamento, que dá pra encurtar e usar de novo (ou dá pra fazer isso com filme também?). Miudezas à parte, “Vestida para Casar†alegra os corações irreversivelmente apaixonados e dá altas dicas do que não se fazer em um casamento – que o digam as madrinhas de Jane.
* Mas é certo que, existindo uma seção de anúncios de divórcios, ela subsidiaria, pelo menos, o gasto total com impressão.
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