HQs da semana: 27 de abril


Nossa avaliação

Encerramos o mês de abril com uma semana cheia de lançamentos especiais, mas que infelizmente deixam a desejar no quesito qualidade. Vamos por partes:

  • O Bin Laden morreu e quem se deu mal com isso foi o Superman, por incrível que pareça. A edição comemorativa “Action Comics #900” traz, entre as estórias bônus, um pequeno conto escrito por David Goyer (é, o roteirista de “Batman Begins” e “ O Cavaleiro das Trevas”), no qual o homem de aço decide abandonar a cidadania americana a fim de assumir uma postura mais “global”. A estória, que provavelmente nem será considerada como cânone, tinha mais a ver com os protestos pela democracia no Oriente Médio, mas ganhou um tom anti-patriótico com a morte do terrorista e campeão mundial de pique-esconde. A edição tem outras estórias mais “importantes” para a continuidade do herói, como o encerramento da saga The Black Ring (que mostra a profundidade da obsessão de Lex Luthor por seu inimigo) e a continuação de Reign of Doomsday, estória tão tapada que parece escrita pelo Jeph Loeb (esse é o pior insulto em que consigo pensar).
  • “Brightest Day #24” é a conclusão da saga bi-semanal da DC, e o saldo deixa a desejar. Não foi tão ruim quanto Countdown, mas também não chegou aos pés de 52. A impressão que fica é que as 24 edições não passaram de um esforço por parte do roteirista Geoff Johns de fazer um “Rebirth” coletivo, nos moldes das minisséries que funcionaram bem para o Lanterna Verde e o Flash. No fim das contas, a “entidade branca” era não mais que uma desculpa pra ressuscitar personagens, e o encerramento comprova isso ao trazer de volta (do nada) mais dois: o Monstro do Pântano e John Constantine. Quem esperava o surgimento de um novo Lanterna Branco vai ter que continuar esperando, ou se contentar com as action figures de Blackest Night.

  • “Justice League – Generation Lost #24” é o encerramento da outra série bi-semanal da DC, a que se dedicava ao combate da ex-Liga da Justiça Internacional contra o vilão Max Lord, que havia conseguido fazer com que todos no mundo esquecessem a sua existência. O combate final contra o híbrido Omac-Amazo é divertido, embora os autores demonstrem, mais uma vez, inconsistências na representação dos poderes do Besouro Azul. Se a trama falha é na falta de graça do “plano maligno” de Max, que não só é pouco criativo, como comete a infeliz escolha de misturar a série com a bagunça deixada na revista da Mulher Maravilha pelo escritor relapso J. Michael Straczynski.
  • “Mighty Thor #1” pode não passar de um tentativa barata por parte da Marvel de aproveitar o lançamento do filme do deus do trovão para atrair novos leitores. Mas pelo menos o resultado é bom, graças à arte de Olivier Coipel e ao roteiro de Matt Fraction. A revista consegue fazer razoalvelmente bem o trabalho ingrato de recapitular os acontecimentos recentes nos títulos da editora: o surgimento de Asgard no deserto de Oklahoma e sua destruição em “Siege”, a morte da “árvore do mundo” e a ressurreição de Loki na forma de uma criança, etc. O que Fraction e Coipel conseguem fazer muito bem é apresentar a “grande ameaça” deste arco inaugural de histórias: ninguém menos que Galactus, o devorador de mundos. Não fosse o fato de que o vilão falhou mais vezes em “comer” a Terra do que o Corinthians em ganhar a Libertadores, o roteiro de Fraction conseguiria fazer dele uma ameaça crível até mesmo para velhos leitores.


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