Nossa avaliação
Um novo mês começa, e a primeira quarta-feira de maio consegue a façanha de parecer um dia “parado” quando, de fato, houve até alguns lançamentos de peso. Mas se a bruxa estava mesmo solta ou se fui eu que acordei do lado errado da cama, deixo para você decidir. Vamos lá:
- “Fear Itself #2” continua o crossover épico da Marvel, mas a edição não traz nada de particularmente interessante pra quem já descobriu pela internet a identidade dos nove “dignos”, os vilões e heróis que receberão os martelos do vilão Serpente. Lembra dos anéis de poder de Blackest Night? Mesma idéia, editora diferente: desculpa pra vender action figures. Mas a história é boa, e a arte, espetacular. Só falha mesmo no quesito empolgação (e como a internet já revelou quem morre na próxima edição, parece que o número 3 vai pelo mesmo caminho…).
- “Irredeemable #25” traz um longo trecho explicando cientificamente os poderes do Superm—digo, Plutonian. Soa como uma daquelas pseudo-enciclopédias tipo “A Ciência de Star Wars”. Não ajuda o fato de que a sub-trama envolvendo a psicose crescente do “Sobrevivente” já se arrastou demais e transformou um dos coadjuvantes (que são o atrativo da revista) em um maluco tão homicida e chorão quanto o personagem título.
- “Uncanny X-Force #09” foi um done-in-one focado em Wolverine que só serviu pra mostrar que o roteirista Rick Remender queria ser Frank Miller. Sério, essa mesmíssima história do mutante canadense já foi contada tantas vezes por outros tantos imitadores do mestre que, crédito onde é devido, “chupou” a trama do Lobo Solitário. Uma sequência forçada em que Magneto se afoga (metaforicamente) no uísque desperdiça duas páginas que poderiam ter sido gastas explicando como o mestre do magnetismo descobriu a existência do grupo secreto chefiado por Logan, ou explicando porque diabos o baixinho faria um favor ao vilão que certa vez lhe arrancou o esqueleto (literalmente). Nah, ao invés disso, a gente ganha frases de efeito como “Lembre-se de com quem está falando” ou “Porque eu estou pedindo para você”, e uma lagrimazinha no canto do olho – do personagem. Porque o leitor só chora se for de tédio.
- “Moon Knight #1” relança o pseudo-batman esquizofrênico da Marvel com os diálogos verborrágicos do ubíquo Brian Bendis e a bela arte de Alex Maleev, agora colocando o Cavaleiro da Lua como um produtor bem sucedido de Hollywood. Grande revelação da última página: o protagonista é esquizofrênico! Peraí, essa não era a premissa do título? Bendis, releia “Thunderbolts #1” e aprenda com Busiek como fazer uma reviravolta chocante em sua edição de estréia!
- “X-Men – Prelude to Schism #1” é uma espécie de teaser do evento que vai reformular a linha dos mutantes da Marvel. Pessoalmente, não me agrada muito a direção que as coisas estão tomando: sempre achei o Ciclope um personagem complexo e interessante, e costumo medir a inteligência do autor pelo modo como ele trata o “caolho” – se como um estrategista brilhante ou como um control freak arrogante e autoritário. Paul Jenkins passa bem no teste, descrevendo o conflito interno do personagem diante de uma ameaça que pode varrer de vez os mutantes da face do planeta. O que torna a leitura frustrante é o fato de que a tal ameaça jamais é revelada, e fica uma sensação de que um anti-clímax está a caminho. Afinal, nenhum perigo justifica tanto auê por parte de um bando que já enfrentou o fim do mundo em múltiplas ocasiões, a não ser, sei lá, o lançamento de um filme live action com os Smurfs. Mas ninguém faria uma atrocidade dessas, faria?
2 respostas para “HQs da semana: 4 de maio”
Onde compro? Naum to axando no site da panini
Caio, os títulos mencionados foram lancados essa semana nos EUA, e você só compra via importação. Deve levar entre 1 a 2 anos para a Panini lançar a versão brasileira.