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Born in the USA? Born This Way?
Ao bater os olhos na capa do álbum de estreia de Lana Del Rey, é impossível não se lembrar de Lady Gaga. Enquanto uma canta que nasceu assim, a outra canta que nasceu pra morrer.
Curioso é o fenômeno “Lana Del Rey: é legal odiar”. A bela moça de 25 anos (uma idade tardia para o debut no pop contemporâneo) alcançou, enfim, o estrelato. Ela batalhou por isso. Antes de ser Lana Del Rey era Elizabeth Grant ou Lizzy Grant. Mas sua carreira não deslanchou. Seu empresário, David Sneddon propôs a troca de nome e, dizem, o silicone na boca. É por isso que as pessoas amam odiá-la? Porque ela assume o papel de um produto?
Lana Del Rey revelou que seu primeiro álbum fala sobre as busca pela fama. Lady Gaga, Ke$ha e outras também começaram assim. Qual é, então, o problema com ela?
“Born to Die” é bastante interessante. A começar pela sonoridade indie, trip-hop sugerida pelo empresário e pelos produtores (Justin Parker e Robopop). Ela não reconhece o rótulo indie em seu som. Para ela, sua música é pop. Assim como duas de suas influências (declaradas).
Uma delas é Britney Spears. O CD transborda sensualidade, principalmente nas letras, que remetem a uma Britney low-fi-noir em “Blue Jeans”, “Carmen” e “Summertime sadness”. Em “Video games”, Lana encarna uma namorada que tenta a todo custo chamar a atenção do namorado. Mais Britney impossível.
Outra influência é Bruce Springsteen. Mesmo sem a energia de seus rocks, nota-se a inspiração pelo clima ‘road movie songs’. A própria faixa-título é assim, tal qual as charmosas “Off to the races” e “National Anthem”.
Em diversos momentos, a música de Lana Del Rey nos remete a Nancy Sinatra pelo timbre da voz, Portishead e Massive Attack pelas batidas de trip hop. Uma galera de alto nível, na qual Lana não enxerga referências. É o que ela diz. Por esse motivo, não se sabe ao certo de quem é o mérito por Born to Die.
Se a mão do empresário e dos produtores pesou tanto ou se isso é apenas Lizzy Grant querendo ser blasé só saberemos depois da prova do segundo lançamento, outro assunto que Lana Del Rey desconversa por enquanto. Agora que o sucesso chegou, ela não vê razão (pelo menos por enquanto) para compôr novas canções. Ah, se Lady Gaga também tivesse pensado assim.
4 respostas para “Lana Del Rey – Born to Die”
Acho que o que causou a antipatia das pessoas (pelo menos a minha) foi a insistência da imprensa em vendê-la como a nova sensação musical! “Vem aí Lana del Rey”! “Essa menina promete”, bla bla bla. Sendo que a gente via por aí muito mais foto da moça do que música.
Uma mistura de Cirque Du Soleil, Florence (+ The machine), Marina and The Diamonds, Enya, Bjork (sonoramente falando). Vejo elas, nada de pop Britney. E acho que é pelas melodias mais robustas que a maioria a odeia. Se fosse pop dançante ia ter outra reação do público. Talvez melhor, ou a comparariam com a Rebecca Black (rica querendo fama e sendo ruim de serviço e blá blá blá).
Me incomodam os gritinhos ao fundo de algumas faixas, como Off to The Races e Born to Die. Fora isso, acho o álbum bem bom de ouvir. Já as apresentações da moça…
hahahaha “Britney low-fi-noir”, gênio
nem ela mesma, que inventou o “gangster Nancy Sinatra”, pensaria em uma tão precisa