Show: Lollapalooza – Dia 1

Um bis duplo. Foto: Cambria Harkey (divulgação Lollapalooza)

Nossa avaliação

Com os portões abertos antes do horário marcado, o Jockey Club começou a receber as mais de 70 mil pessoas que esgotaram o ingresso para o primeiro dia. Fora do programado, às 11 horas houve uma apresentacao acústica do Band of Horses para os sortudos de plantão no local. Mais tarde eles tocariam logo depois do Cage The Elephant, que fez uma apresentacao bem menos comportada, com direito a stage dives do vocalista e moshs históricos. Pontos extras para o Cage the Elephant por conseguir levantar a galera logo tão cedo no festival.

Matt Schulz, do Cage the Elephant, empolgou a galera com uma mão nas costas. Foto: Divulgação

Seguindo a programação dos dois palcos principais, logo após uma apresentação do Rappa, foi a vez do Band of Horses voltar e tentar a sorte na pista hípica, dessa vez totalmente plugados. O azarão começou o show de maneira lenta, mas foi ganhando velocidade e empolgação. A plateia respondeu à altura, especialmente no ápice da performance com a última canção “No One’s Gonna Love You”.

Com o sol já se pondo, TV on the Radio começou pontualmente sua apresentação, assim como as outras bandas ao longo dos dois dias. A performance de Tunde Adebimpe (o cara que casou com a Rachel) e sua trupe no palco levantou de vez o público com canções como “Will Do” e “Staring at the Sun”, um incrível cover do Fugazi – “Waiting Room” – e seguiu a fórmula da banda anterior deixando seu maior hit “Wolf Like Me” para o final do setlist. Era como um concurso de popularidade para ver se o público escolheria perder a última do set ou a primeira da banda seguinte, já que nem um puro sangue poderia cruzar a pista do Jockey Club a tempo de aproveitar as duas coisas.

Infelizmente, nessa rainha da pipoca hípica, acabei perdendo “Bad Reputation”, com a qual Joan Jett iniciou sua apresentação rouca e sexy. Uma voadora de dois pés (figurativamente falando, claro) no público empolgado já no primeiro minuto. Nem deu tempo de ficar muito chateado por ter perdido o hit da década de 80, pois logo em seguida a moça relembrou seu início de carreira com “Cherry Bomb”, sucesso da sua antiga banda The Runaways. Com a plateia devidamente aquecida, a líder dos Blackhearts deu sequência ao seu setlist de músicas não tão populares – mas ótimas – como “Naked” e “Reality Mentality”, apresentou canções novas como “T.M.I. (Too Much Info)” e “Hard to Grow Up”. Logicamente, voltou a tirar todo mundo do chão quando os primeiros acordes de “I Love Rock N’ Roll” soaram no palco.

Eram 20h30 quando Dave Grohl e sua turma botaram o pé no palco principal e tocaram “All My Life”, mas foi apenas depois de “My Hero” que o líder começou sua série de conversas com o público. Sem se preocupar com a diferença da língua – a resposta do mar de gente indicava que todos estavam entendendo muito bem -, Grohl falou: “Nunca tocamos antes nessa cidade! Quanto tempo vocês querem que a gente toque? 1 hora? 1 hora e meia? 2 horas? Mais? 2:05? Vamos fazer o seguinte: vamos tocar ate a hora que falarem que a gente não pode tocar mais. Que tal?” O publico delirou e retribuiu. Ao som de Best of You, a plateia promoveu um flashmob segurando plaquinhas com a interjeição “oh”. A banda parou e ficou apalermada olhando o espetáculo de camarote.

Programado para tocar durante duas horas e meia, o Foo Fighters – ou melhor, Dave Grohl – realmente se sentia à vontade. Pedia para o público cantar, gritar, bater palma e, principalmente, conversava. Muito. E o cara tem o carisma de um apresentador de programa de auditório: “Olha, não podemos ficar por muito tempo, mas eu prometo: não ficaremos outros 17 anos sem vir aqui, ok?” Ok, na hora não quis ser chato e tentei não lembrar do climão que foi o Foo Fighters ter cancelado o show de 2000 em BH em cima da hora, sob alegação de uma questão contratual, e depois veio a público que o motivo real tinha sido a convocação da banda para tocar no programa Late Show que comemorava a volta de David Letterman após uma cirurgia do coração.

Águas passadas à parte, o show foi realmente incrível. No momento de apresentar a banda, Dave Grohl e o baterista Taylor Hawkins invertem posições e tocam “Cold Day In The Sun”. Mais tarde, no hiato que antecede do bis, Dave foi para o backstage com uma câmera noturna – supostamente ao vivo -e provocou a plateia perguntando se queriam ouvir uma música a mais. Hawkins atrás dele indicava sempre mais canções e, sob muita gritaria de todos que assistiam ao show, “concordaram” em tocar cinco músicas. Durante essa última fatia do bolo o ex-Nirvana chamou Joan Jett ao palco e juntos tocaram “Bad Reputation” (PARA NOOOOOSSA ALEGRIA – e de quem mais perdeu o hit) e “I Love Rock N’ Roll”. Após essa restou a apoteótica “Everlong” como despedida. Se há uma crítica a ser feita, essa fica por conta das várias interrupções. A maioria bem divertida, como mencionei aqui no post, mas algumas desnecessárias – tornaram o show um pouco arrastado. Seria uma apresentação perfeita se tivesse uns 20 minutos menos e a mesma quantidade de músicas.

Um bis duplo. Foto: Cambria Harkey (divulgação Lollapalooza)


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