Smashing Pumpkins – Oceania


Nossa avaliação

[xrr rating=4/5]

“Não surgirá um novo Kurt Cobain, Trent Reznor ou Billy Corgan”.

É sempre meio patético ver alguém falando com tanta pompa de si mesmo. No caso, o último dos nomes citados acima, do frontman dos Smashing Pumpkins, em mais de seus ataques de modéstia.

A cabeça pensante de Corgan na década de 90 continuou brilhando na virada para os anos 2000 – infelizmente, apenas pela queda dos cabelos mesmo. Esteja o desiludido careca-mor do rock alternativo (Michael Stipe aposentou) certo em sua profecia maldita, ou não, fato é que os Pumpkins não vinham contribuindo muito para o cenário musical recente.

Após o fraquinho “Zeitgeist”, Corgan tenta voltar à velha forma com “Oceania”, 7º lançamento de estúdio de sua banda. O disco mantém as guitarras pulsantes e a bateria pesada tão características do grupo, mas há espaço surpreendentemente grande para momentos eletrônicos.

“Quasar” abre o disco e remete imediatamente ao início triunfante de “Cherub Rock”, canção que abre “Siamese Dream”, de 1993. O começo demolidor segue com “Panopticon”, na qual Corgan, com a voz inconfundível preservada, se esgoela, em meio a uma guitarra que insiste em machucar.

Os Pumpkins não hesitam em revisitar o passado em outros momentos furiosos do disco. No riff que desliza suave e vigoroso em “Glissandra” a melhor do disco, Corgan reclama de não saber mais o que quer. “Inkless” mostra que simplicidade e peso ainda funcionam para fazer um bom rock. E a bateria pesada dos tempos antigos também está lá, castigando o eletrônico macio de “Violet Rays”.

Faixas como “My Love is Winter” e “One Diamond, One Heart” tentam fugir da obviedade pumpkiana e apostam na eletrônica, sem grande ousadia, mas com bons resultados. A faixa-título é progressivo na veia, linda se você tiver paciência para escutar seus nove minutos, mas que corre o risco de se transformar em masturbação inglória ao vivo, vide o histórico recente da banda (quem foi ao desastroso show no Planeta Terra de 2010 ainda chora pelo leite derramado).

Talvez o mundo não produza outro Billy Corgan, e talvez isso nem seja necessário. Mesmo porque o original está aí. E “Oceania” vem mostrar que ele pode fazer um trabalho um pouco genérico, mas que ainda é um dos melhores lançamentos do ano.


2 respostas para “Smashing Pumpkins – Oceania”

  1. Pra mim, o Smashing Pumpkins acabou assim que James Iha, Jimmy Chaberlain e D’Arcy debandaram. O que temos hoje mais parece “Billy Corgan & Friends”.

    PS. desculpe a ignorância, mas esse Trevor Reznor seria o Trent Reznor do Nine Inch Nails? ou é outro cabra? 🙂

  2. Entendo sua crítica aos Pumpkins atuais, Rafael. Parece um pouco Billy Corgan & Friends mesmo, muito por culpa da arrogância dele próprio. Apesar disso, Oceania surpreendeu e é um disco muito bom. No fim das contas, isso é o que realmente importa.

    A ignorância foi minha, rapaz! Nao sei de onde tirei esse Trevor. Valeu pelo toque!

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