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Bruxa, fantasmas, monstro, festa, super-heróis. Praticamente de tudo já serviu para o subgênero do found footage, aquele filme que é supostamente feito a partir de imagens de câmeras amadoras. Os mais diversos gêneros cinematográficos já passaram por “reformulações” com essas filmagens tremidas e com cortes bruscos. Os que ainda resistem são exatamente aqueles que não teriam justificativa para serem “filmados” (pois não existiria câmera na época) como épicos históricos, faroestes, filmes bíblicos, dinossauros. Quer dizer… agora podemos colocar os dinossauros na lista.
“Projeto Dinossauro” é uma mistura de “Parque dos Dinossauros” com “A Bruxa de Blair” e pitadas de “O Mundo Perdido” do Conan Doyle. A aventura com toques de terror acompanha uma expedição em busca de um “Monstro do Lago Ness Africano” ou algo que o valha. Um famoso explorador com seu produtor e uma equipe de televisão (claro, é preciso garantir as imagens da “filmagem encontrada”) vão ao coração de uma selva virgem para encontrar o tal bicho, mas acabam descobrindo dinossauros. Para completar, o filho rebelde/carente/imaturo/chato do explorador vai escondido na bagagem junto com a expedição.
E aí é aquela história que você já viu em três Jurassic Parks, um Cloverfield e Bruxas de Blair genéricas: muita correria, filmagem noturna intercalada com reflexos do sol nas cenas de dia e muitos, mas muitos fades “pra dar mistério”. O filme tem os mesmos problemas de seus antecessores, que dizem respeito à justificativa de se filmar tudo (quem continuaria captando as imagens com a vida em risco?) e os ângulos impossíveis de serem obtidos de acordo com o posicionamento das câmeras nas cenas.
Os postos positivos deste tipo de filme deveriam ser a forma original de abordar uma história já batida. Mas “Projeto Dinossauro” pega todos os clichês possíveis e os torna ainda mais caricatos, ao invés de reformulá-los. O problema é que o próprio found footage já se tornou um clichê em si, ampliando a redundância do gênero que pretende revisitar. Há tanta imagem tremendo, cortes bruscos e tela preta que fica claro que o subgênero já deu tudo o que tinha para dar. Há, claro, alguma diversão, como uma ou outra piadinha que funciona, poucas cenas de ação emocionantes e efeitos especiais que não comprometem. Mas isso não tira o jeitão de vídeo feito às pressas para tv. E mesmo em se tratando de “imagens amadoras” isso está longe de ser um elogio.