Rota de Fuga


Nossa avaliação
Escape Plan (2013)
Escape Plan poster Direção: Mikael Håfström
Elenco: Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Jim Caviezel, Faran Tahir


Se fosse nos anos 80, este encontro entre Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger seria daqueles de parar o mundo. Tudo bem que os dois já haviam se encontrado antes na franquia “Os Mercenários”, mas aqui a dupla ganha um filme inteirinho só pra eles, para contracenar, conversar e não apenas explodir coisas. É uma pena que a história, um típico filme de fuga de prisão, não esteja à altura da reunião dos dois astros.

Stallone é Ray Breslin, especialista em segurança que fica encarcerado em prisões apenas para fugir e comprovar a ineficiência das instituições carcerárias. Ao ser contratado para testar uma superprisão secreta, acaba sendo traído e precisa da ajuda de outro prisioneiro, vivido por Schwarzenegger, para conseguir fugir. Está tudo lá, com direito ao diretor sádico (interpretado por Jim Caviezel) e inventivos estratagemas de fuga. Mas não funciona como devia. O roteiro tenta dar um passo maior do que as pernas, e introduz uma subtrama conspiratória que só torna tudo ainda mais confuso. Os furos da história poderiam até não incomodar se os personagens fossem mais interessantes, mas não são. Os dois protagonistas seguram a produção no carisma, já que o roteiro é disperso o suficiente para encher a tela de gente sem graça (toda a equipe de Ray), perdendo por vezes o foco em quem deveria mesmo dar atenção.

Schwarzenegger acaba, de certa forma, se tornando um coadjuvante para Stallone, que é uma espécie de mistura de MacGyver com Andy Dufresne regado a anabolizantes. O filme vale para os fãs verem os dois em cena, mas o diretor Mikael Hafstrom não consegue deixar nada muito interessante, exagerando na reverência ao encontro histórico. Não parece que vemos dois personagens em cena, mas sim dois atores icônicos, já que a câmera se aproxima e a música sobe sempre que acha que precisa marcar o momento. Neste sentido, a primeira aparição de Schwarzenegger decepciona, já que cena promete uma grandiosidade que acaba não se cumprindo.

Como filme de prisão, “Plano de Fuga” estabelece muito bem a dificuldade de fugir de um lugar daqueles, assim como o desespero das pessoas que estão ali presas. As cenas de ação não fazem feio e há pelo menos um grande momento de tensão bem construída (envolvendo Ray e muita água). Poderia até ser um filme legal lá nos anos 80. Mas com a evolução da linguagem e a mudança do público fica a sensação de que Stallone e Schwarzenegger mereciam coisa melhor.

Ou deveriam ter feito este encontro uns 25 anos antes…


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