Fúria Sobre Rodas


Nossa avaliação

[xrr rating=2/5]

Nicolas Cage em 3D. Sangue espirrando na tela. Mulheres nuas. Satanismo. História absurda. Atuações caricatas. “Fúria Sobre Rodas” é um típico filme B. Mas ao contrário de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, o diretor Patrick Lussier parece ter uma certa dificuldade de rir de si mesmo.

A história é um road movie de terror e ação que acompanha John Milton (Cage) no encalço de uma gangue de satanistas que matou sua filha e está com a sua neta. Ao lado da bela Piper (Heard), Milton (referência nada sutil ao autor de “Paraíso Perdido”, obra literária do século XVII que conta a origem do homem e a rebelião dos anjos que dá origem ao Diabo) sai matando e explodindo tudo que encontra pela frente, enquanto no meio tempo se envolve em um tiroteio durante uma transa (e enquanto fuma um charuto), ressuscita e é perseguido por um misterioso anjo da morte.

O bonitão...

A história não faz a mínima diferença, e seus buracos são inclusive parte da diversão e proposta da produção. A estética dos anos 70 também funciona e os exageros típicos do gênero divertem. O problema é que enquanto o roteiro parece não levar nada a sério, Lussier e seu elenco parecem dispostos a fazer o contrário.

Diferentemente de “À Prova de Morte” ou “Machete”, não há efeitos toscos e cortes bruscos montados a partir de personagens rasos e que funcionam apenas como arquétipos com funções específicas na narrativa. “Fúria Sobre Rodas” é levado como uma obra que se interessa pelo passado de seus heróis e vilões, além de empregar efeitos digitais que estão longe do “amadorismo” que é necessário para se comprar a proposta deste tipo de filme.

... e a bonitona.

Ao inserir mais detalhes do que o devido sobre o passado de Milton, o personagem ficou com gosto de ser mal desenvolvido (o esperado era ele não ser desenvolvido de forma alguma). E essa indefinição entre o caricato e o aprofundado incomoda, assim como as atuações fora do tom e a preocupação de Lussier com o cuidado estético de enquadramentos e fotografia.

O diretor aproveita bem o 3D em seu projeto, usando na mesma medida a profundidade de campo e objetos jogados em direção ao espectador. Mas o resultado é um híbrido esquisito, que não se resolve sobre o tipo de produção que pretende ser. “Fúria Sobre Rodas” possui momentos engraçados e sequências de ação interessantes, mas perde feio na comparação com seus outros colegas de gênero. Mais do que uma grande produção com cara de filme B, parece ser um filme B que queria ser uma grande produção…


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