O Homem que Mudou o Jogo


Nossa avaliação

[xrr rating=4/5]

Por que assistir a um filme sobre beisebol? Você pode muito bem se fazer essa pergunta ao ler a sinopse de “O Homem que Mudou o Jogo”. Afinal, trata-se de um esporte desconhecido para a esmagadora maioria dos brasileiros.

E se você, como eu, não conhece as regras do jogo, não faz ideia de quem são os grandes nomes do esporte e nunca ouviu falar nos times, vai mesmo fazer o quê no cinema? Talvez apreciar uma das melhores atuações de Brad Pitt em sua carreira. Ou quem sabe se deliciar com os diálogos geniais do Aaron Sork. Assistir à direção segura do Bennet Miller? Acompanhar (mais uma) bela história real de superação?

“O Homem que Mudou o Jogo” é isso. Uma produção extremamente bem realizada, em que tudo funciona direitinho, mas… falta emoção. Talvez seja a distância do beisebol para a nossa realidade somada à escolha pelo diretor de um estilo mais distante, mas a verdade é que falta uma conexão emocional mais estreita com o protagonista vivido por Pitt.

Vamos conversar mais. Esse diálogo aqui está tão bem escrito...

Ele é Billy Beane, ex-jogador e gerente do Oakland Athletics que resolve, com a ajuda de um economista (Hill), montar um time barato baseando-se apenas em estatísticas matemáticas. A jornada (real) deste homem contra o que todo mundo queria e esperava é mostrada de maneira sóbria e interessante mesmo para quem não entende bulhufas de beisebol. Beane é a  “garotinha perdida no momento e assustada, mas que não demonstra isso” da música “The Show” da Lenka (que é de 2008, apesar do filme se passar em 2001/2002) que surge em momentos-chave da história para reforçar a situação do protagonista.

Esse homem assustado que se finge de seguro para todos é mostrado por Miller com planos fechados que ressaltam sua imponência quando está entre seus subordinados, ao mesmo tempo em que aparece isolado em planos abertos quando está sozinho. Pitt mistura empolgação, desespero, ansiedade e segurança na medida certa, ajudado pelo ótimo elenco coadjuvante.

É impressionante como o roteiro de Steven Zaillian e Sorkin consegue dar conta de apresentar tantos personagens, dando desenvolvimento e importância a cada um deles. Aquilo que poderia ser uma confusa teia de acontecimentos e relações flui de forma tranquila graças à competência de todos em saber contar uma boa história. E se tem algo que “O Homem que Mudou o Jogo” seja, é uma história bem contada.


Uma resposta para “O Homem que Mudou o Jogo”

  1. […] uma peça para se refletir e guardar na memória na tentativa de montar o quadro geral. O diretor Bennett Miller não tem pressa e deixa planos longos em que “nada acontece”. Mas tudo acontece ali, nos […]

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