Uma Aventura Lego


Nossa avaliação
The Lego Movie (2014)
The Lego Movie poster Direção: Christopher Miller, Phil Lord
Elenco: Will Arnett, Elizabeth Banks, Craig Berry, Alison Brie


Há coisas que são muito legais. Clipe do Michael Jackson, os primeiros “Star Wars”, música dos Beatles. Lego. Com o perdão do trocadilho, Lego é legal. Muito legal. Dos blocos grandes para montar aos bonecos e objetos mais elaborados, o brinquedo é um convite à imaginação. E perceber isso é o que faz de “Uma Aventura Lego” um filme… legal. Muito legal.

Emmet é um bonequinho operário igual a vários outros. Ao invés de criar e ousar, ele segue sempre o manual de instruções (assim como muita gente que brinca com Lego). Até que um dia ele conhece Megaestilo, uma garota que o colocará em contato com um mago, o Batman e outros bonecos para desafiar o Presidente Negócios, o dono do mundo obcecado com ordem. E assim como nas melhores brincadeiras, ser criativo é a grande solução.

“Uma Aventura Legal” tem muito de “Matrix” em sua denúncia da alienação, mas nunca se leva a sério. As piadas funcionam bem, criando um ambiente de humor constante que deve agradar a crianças e adultos. A estratégia é clara e óbvia: encher a tela com personagens e referências para os mais velhos como eu, que adoravam o “astronauta dos anos 80”, e colocar um ritmo insanamente frenético para as gerações atuais. A ação vertiginosa faz do filme um videogame para ser assistido, atualizando de forma interessante a brincadeira de juntar peças.

Você vem sempre ao Leblon?

A animação é fantástica, aproveitando a estrutura dos blocos para criar movimentos originais e visualmente impressionantes. As várias “participações especiais” são uma diversão à parte, apesar de contribuir ainda mais para o já saturado quadro de imagens. É muita coisa para perceber em cena, e está tudo sempre em movimento constante, provocando um acúmulo de cenas de ação que acabam sendo demais.

O exagero pontua todo o longa, e apesar dessa explosão de hiperatividade cansar um pouco, não diminui o prazer de se acompanhar a trama simples e surtada que joga a favor dos clichês, bem ao estilo de seus diretores. Entretanto, os problemas de gênero presentes no brinquedo se refletem no filme: apesar de Megaestilo ter uma participação importante, as bonecas praticamente não tem vez no universo de Lego, e todos os outros personagens relevantes são masculinos.

O sentimento de que estamos vendo alguém brincar em nosso lugar incomoda em alguns instantes, mas a atividade passiva é recompensada por ótimos momentos. Com um deus ex machina bem humano, “Uma Aventura Lego” usa a muleta narrativa a seu favor e fecha bem o seu tema central. Mais do que um filme, é uma obra nostálgica que nos oferece novamente o gostinho de voltar a brincar e sonhar. Um retorno à infância pelo preço de um ingresso. Legal.


Uma resposta para “Uma Aventura Lego”

  1. […] Há várias piscadelas para os adultos (com Bill Clinton, por exemplo), mas eu mesmo só ri uma vez, com uma piada envolvendo o Spartacus. Juntar aula de História e diversão é sempre bem vindo, mas “As Aventuras de Peabody e Sherman” se afunda demais em um didatismo que parece distante da hiperatividade infantil atual. […]

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