Reis e Ratos


Nossa avaliação

[xrr rating=2.5/5]

“Reis e Ratos” é uma produção diferente. Bem diferente. A comédia dirigida por Mauro Lima (“Meu Nome Não é Johnny”) é uma grande mistura de referências literárias, cinematográficas e históricas. O filme tenta fazer um humor à beira do pastelão, com frases de efeito, bordões, tiradas rápidas e personagens caricatos. O problema é que para achar graça daquilo que atravessa a tela, é preciso um arsenal de informações que a produção em si não oferece.

A história sobre os bastidores do golpe militar que ocorreu no Brasil em 1964 acompanha um complexo plano conspiratório organizado por dois agentes da CIA (Mello e Müller) e que envolve uma cantora de boate (Mandelli), um vigarista viciado (Santoro) e um popular locutor de rádio romântico (Reymond). A história não faz muito sentido e também isso não importa. Tudo é uma grande desculpa para gerar situações engraçadas e criar personagens cativantes, como nas melhores comédias screwball.

E isso “Reis e Ratos” faz muito bem. Seus personagens são marcantes e os atores parecem estar se divertindo como nunca com os arquétipos que desfilam pela tela. Selton Mello compõe um espião que saiu direto dos filmes Bs hollywoodianos dos anos 40 e 50. E o uso de alguns atores que se notabilizaram como dubladores (ou seja, com vozes facilmente reconhecíveis pelo público) é uma grande ideia nesta brincadeira com o cinema americano.

E é aí que está o problema. Tudo parece uma grande piada interna, sem uma conexão direta com o público. Um exercício de estilo centrado em si mesmo, que só faz algum sentido para quem conhece a história recente do Brasil, curiosidades sobre a Guerra Fria, história dos Estados Unidos, filmes antigos, romances de espionagem e o visual de revistas de variedades dos anos 60. Ufa!

É muita informação prévia necessária, quase como se o filme precisasse de uma espécie de universo estendido para fazer sentido. O resultado é um dos mais curiosos e interessantes já produzidos no cinema brasileiro, mas “Reis e Ratos” acaba sendo mais uma experiência do que um produto bem acabado.

A trama confusa e os personagens estereotipados só causam risos quando se compreende o contexto e as referências que pululam a cada segundo. E piada que precisa ser explicada é porque não tem muita graça…


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