Branca de Neve e o Caçador


Nossa avaliação

[xrr rating=2.5/5]

Dizer que “Branca de Neve e o Caçador” é previsível seria até injusto, já que se trata de uma história conhecida por todos. Mas a verdade é que essa versão emo do conto de fadas é uma colcha de retalhos de praticamente tudo que o cinema de fantasia produziu na última década.

Nesta nova versão (mais uma!) da história da Branca de Neve, a ingenuidade e romantismo ficam um pouco de lado para se concentrar na aventura, com direito a batalhas, monstros e até uma certa violência inesperada. Stewart faz o papel título da princesa que foge de sua prisão e é salva pelo caçador (Hemsworth), dando início a uma revolta que pode tirar a rainha-bruxa tirana do poder (e talvez para agradar aos fãs de “Crepúsculo”, Stewart é colocada mais uma vez como objeto de disputa entre dois heróis, em um triângulo amoroso que nunca chega a empolgar).  Como é praxe neste tipo de produção, o figurino e a direção de arte são perfeitos, chegando a copiar homenagear de forma precisa alguns elementos do clássico desenho da Disney, como a Floresta Negra e a coroa da rainha.

Após um prólogo arrastado e mais longo do que o necessário, o filme se transforma em uma espécie de road movie de fantasia, bem ao estilo “O Senhor dos Anéis”.  Branca de Neve e o caçador vão viajando por diferentes “mundos”, apesar de nunca nos darmos conta da geografia total daquela terra, muito menos se os personagens estão perto ou distantes do seu destino: apesar de aparentemente passarem por todas as estações do ano.

Além da influência da adaptação para o cinema da trilogia de Tolkien – que aparece também nas infinitas panorâmicas de grupos de pessoas andando, cavalgando ou correndo pelas colinas – outra inspiração clara vem de “As Crônicas de Nárnia”, e se lá temos um leão-deus, aqui aparece um cervo mágico. Na comparação com a bruxa de “Espelho, Espelho Meu”, Charlize Theron não dá chances para Julia Roberts no quesito “existe alguém mais bonita do que eu?”, (apesar de abusar do caricato e lembrar um pouco demais a Michelle Pfeiffer de “Stardust”). Já Chris Hemsworth comprova que tem mais carisma do que talento, e não foi dessa vez que Kristen Stewart disse a que veio. As atuações são salvas pelo excelente elenco que faz os anões, elevando bastante o filme a partir do momento em que aparecem.

“Branca de Neve e o Caçador” não consegue imprimir um ritmo de aventura decente, apresentando uma ação que se estabelece de encontro em encontro, sem nunca engatar. Alguns personagens simplesmente se transformam (como Branca se tornou uma líder guerreira?) e a história possui alguns furos. Mas com um visual interessante, clima épico bem construído e um ou outro momento inspirado, o filme acaba sendo uma diversão pretensiosa, mas que funciona em alguma medida. Está difícil de acertar nas releituras de contos de fadas, hein?


2 respostas para “Branca de Neve e o Caçador”

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