Água para elefantes


Nossa avaliação

[xrr rating=2.5/5]

Ainda hoje, não consigo rever “Na natureza selvagem” inteiro, mesmo ele estando entre meus filmes favoritos da década. Uma das últimas cenas de Hal Holbrook, com Emile Hirsch no carro, me emociona de tal forma que começo a chorar e não consigo parar nem quando o longa termina (sério, aconteceu quando fui ao cinema e foi embaraçoso).

Por incrível que pareça, Holbrook quase conseguiu judiar dos meus ductos lacrimais de novo em “Água para elefantes” – e teria conseguido se o resto do filme não fosse tão sem inspiração. Ele aparece no início e no fim do longa, como o personagem de Robert Pattinson velho, e a performance do ator veterano em sua última cena é disparado a melhor coisa da produção. Se não tivessem trapaceado, colocando a voz do vampiro Cullen na locução em off em vez da de Holbrook, “Água para elefantes” teria chances bem melhores de emocionar o público tanto quanto deseja.

Pattinson: sexy como um elefante.

O filme segue Jacob (Pattinson) que, após a morte dos pais durante Grande Depressão, é obrigado a largar a faculdade de Veterinária e acaba se juntando a um circo. Ele passa a cuidar da nova atração do espetáculo, a elefante Rosie, e se apaixona por Marlena (Witherspoon), mulher do instável August (Waltz), dono da Companhia.

“Água para elefantes” tem um início até promissor, com belas imagens da vida circense retratando a fascinação de Jacob por aquele universo. Logo que Marlena e August aparecem, porém, o filme sofre uma queda abismal, já que o triângulo amoroso simplesmente não convence. A química entre Pattinson e Witherspoon é a mesma de um vampiro com um nabo e o diretor Francis Lawrence nunca consegue fazer o espectador se importar com o romance.

A atriz parece especialmente deslocada como Marlena, forçando uma sensualidade que seria mais natural a Uma Thurman ou Charlize Theron. Já o bom Christoph Waltz escorrega no papel ingrato de um homem indesculpavelmente detestável. As tentativas dele de humanizar um personagem com traços tão vilanescos – que espanca animais e até a própria esposa – acabam soando como maneirismos repetidos.

Mas a grande falha é de Lawrence. Em determinado momento, ele perde a noção de espetáculo visual proporcionada pela história e se contenta com um triângulo amoroso noveloso, narrado em planos e atuações burocráticos. Cenas que provavelmente eram cruciais e emocionantes nas páginas do best-seller de Sara Gruen se encadeiam no filme sem que o espectador sinta que nada está em risco. Restam a simpática Rosie – mais carismática e versátil que Pattinson em todas as cenas juntos – e o talentoso Holbrook, lembrando-nos ao final o quão emocionante “Água para elefantes” poderia ter sido.


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