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Pode-se viver sem “Não se Pode Viver sem Amor”. O filme do chileno Jorge Durán acompanha diferentes personagens na véspera de Natal no Rio de Janeiro. Gabriel (Motta, o pior ator-mirim ever) e sua mãe (Spoladore) estão atrás do pai do garoto, enquanto João (Reymond) tenta arrumar dinheiro para tirar Gilda da vida de dançarina e Pedro se aconselha com seu pai para decidir entre sua mulher e a profissão. Inevitavelmente os caminhos de todos eles irão se cruzar, em uma obra que pretende mostrar os encontros e desencontros da vida, e como a confusão pode levar a algo surpreendente.
Mas o que sobra em pretensão não funciona na tela, e “Não se Pode Viver sem Amor” possui problemas de ritmo, situações que não funcionam (a “paranormalidade” meio lúdica do garoto não encaixa no tom realista da obra) e personagens rasamente desenvolvidos que são levados a um final vergonhosamente forçado.
Em mais um serviço de utilidade pública, o Pílula Pop lista cinco filmes que você deve ver no lugar de “Não se Pode Viver sem Amor”:
Amores Brutos – O desespero de personagens à margem da sociedade e que possuem suas vidas interligadas é muito mais crível no filme de Alejandro González Iñárritu. A tensão crescente faz com que realmente nos importemos com eles, o que passa longe do que acontece no filme de Dúran.
À Deriva – Se o que você quer é ver o Cauã Reymond, este é o filme. Tudo bem que ele aparece pouco, mas a história da garota que perde a inocência ao descobrir um caso extraconjugal do pai é maravilhosamente contada pela câmera de Heitor Dhalia. Mas se quer o Cauã na sala de cinema, então espere por “Estamos Juntos”, que traz a melhor atuação do rapaz até agora.
O Sexto Sentido – O sucesso de M. Night Shyamalan traz uma das melhores atuações infantis que o cinema já viu. Ver Haley Joel Osment conversando com fantasmas é uma aula de interpretação em comparação às caretas de Victor Motta em “Não se Pode Viver sem Amor”.
Colateral – Michael Mann constrói uma narrativa envolvente na história do taxista que é obrigado por um assassino profissional a ajudá-lo. Convenhamos que funciona muito melhor do que o Cauã Reymond obrigando a Ângelo Antônio a auxiliá-lo no assalto a uma padaria…
Amor à Distância – Final absurdo por final absurdo, fique com esta pérola do Márcio Garcia.
Dica bônus: A abertura de “Prenda-me se for Capaz” homenagea Saul Bass e os filmes de Hitchcock com muito mais estilo…