Qualquer gato vira-lata


Nossa avaliação

[xrr rating=1.5/5]

“Qualquer gato vira-lata” é meio que um “A verdade nua e crua” menos machista – e piorado. (Sério: nunca imaginei que um filme conseguisse ser mais obnóxio que aquela bomba da Katherine Heigl, mas… vivendo e desaprendendo). Menos machista porque pelo menos admite e redime (um pouco) do próprio sexismo no ato final. E piorado porque, no lugar do troglodismo cômico (sic) de Gerard Butler ensinando uma mulher como se comportar para conquistar um macho, o longa oferece uma total falta de sal, química e tempero que faz “Amor e outras drogas” parecer Billy Wilder.

Cléo Pires é Tati, a namorada grudenta e sem tato dispensada por Marcelo (Azevedo). Conrado (Salvador) é o “”“professor””” “”“universitário””” que vai ajudar a pobre desesperada a recuperar sua aparente única razão de viver, incluindo-a em uma pesquisa (bizarra) que usa o evolucionismo darwiniano (de forma bizarra) para afirmar que as mulheres devem ser submissas e fazer joguinhos (bizarros) para seduzir os homens.

O roteiro de Claudia Levay e Júlia Spadaccini dá indícios de que vai usar trocadilhos fauno-biológicos para sustentar e trazer um (bem-vindo) humor à premissa. Mas a proposta é abandonada com meia hora de filme, substituída por um cortejo sem a mínima inspiração ou química, antecipando o acasalamento óbvio entre Tati e Conrado.

Brigar pela Cléo Pires é justificável, já a existência do filme...

Cléo Pires e Malvino Salvador declamam suas falas insistentemente elevando a voz ao final de cada frase, na aparente tentativa de torná-las mais engraçadas. Mas a culpa não é totalmente do elenco, já que o texto é pobre e os personagens vão da água para o vinho sem a mínima explicação.

De macho-alfa-cientista-cínico, Conrado vira um adolescente babão e sem um pingo do mojo que Butler traria ao personagem. Pior ainda é Marcelo que, num momento é um mulherengo cansado da namorada, e de repente cai de quatro porque ela não atendeu sua ligação duas ou três vezes. Adicione ainda sérios problemas de áudio, que vão da trilha repetitiva à dublagem visível de diálogos (clara na cena com Tati e a amiga na esteira) que lembra o cinema nacional de 30 anos atrás.

“Qualquer gato vira-lata” nem precisava ser tão ruim. A trama não é nada original, mas nas mãos de um Jorge Furtado poderia ser uma comédia romântica nacional engraçada e inofensiva. Ou até um Domingos Oliveira poderia fazer (mais) um ensaio delicioso sobre a guerra dos sexos contemporânea. Do jeito que está, é uma mera desculpa para ver gente ridiculamente bonita se comportando de forma ridiculamente idiota – o que não chega a ser engraçado, mas pelo menos dá um certo alívio do tipo “ninguém pode ser bonito, rico assim e ainda ser inteligente, talentoso e ter um relacionamento adulto e saudável”. (Sério: eu tinha que pensar em alguma coisa durante o filme, não me condene).


2 respostas para “Qualquer gato vira-lata”

  1. ¬¬’
    E quem é vc mesmo??
    O FILME É ÓTIMO.
    Etão toooooooooodos de parabéns!
    ME DIVERTIR MUUUUUUUUUUUUUUUITO VENDO ESSE FILME.

    nota 10000000000

    e quanto a vc… SEM COMENTÁRIOS…
    vai arrumar um EMPREGO DE VERDADE!

  2. Olá Marília-mulher-gorila.

    Que bom você DIVERTIR.

    Eu também DIVERTIR MUUUUUUUUUUUUUUUITO lendo seu comentário.

    Etão é isso. Bjos

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