[xrr rating=3/5]
A minissérie em quadrinhos escrita por Warren Ellis e ilustrada por Cully Hamner é curtinha (apenas três edições) e não possui nada de especial. “RED” era uma história de matança repleta de humor negro e situações absurdas. Nada muito diferente de várias HQs que chegam todos os meses às bancas. Por que, então, transformar isso em filme?
Bem, não é difícil de imaginar o produtor Lorenzo di Bonaventura se interessando pelo projeto:
Bonaventura: Hoje em dia o que dá dinheiro é adaptação de história em quadrinhos. Se descobrirmos uma menos conhecida, podemos dar origem a uma franquia! Eu já tentei com “Constantine” e “Stardust”…
Gregory Noveck (produtor executivo): Eu tenho uma idéia… “RED”.
Bonaventura: Do Warren Beatty? Já está mesmo na hora de um remake… Mas fizeram quadrinhos disso?
Noveck: Não. “RED” significa “aposentado extremamente perigoso”. É sobre um ex-agente da CIA, já aposentado, que é perseguido sem saber o motivo e, mesmo velhinho, mata geral. Jason Bourne na terceira idade, entende?
Bonaventura: Interessante… aposentado é algo com que o público pode se identificar… Um cara cheio de habilidades especiais, mas que vive uma vida monótona.
Noveck: O problema é que a história é bem pequena. Daria um curta, no máximo.
Bonaventura: Não faz mal, a gente coloca novos personagens… usa só a premissa mesmo.
Noveck: Talvez uma equipe de aposentados…
Bonaventura: Isso! Um grupo de velhinhos de asilo que é mais mortal do que a CIA toda!
Noveck: Podemos colocar grandes nomes do cinema nesses personagens… Sem nos preocuparmos com garotos bonitinhos num collant. Gente respeitada usando metralhadoras gigantes!
Bonaventura: Igual Morgan Freeman em “O Procurado”! Ei, podíamos arrumar um papel pra ele, hein. Mesmo que não tenha nenhuma importância.
Noveck: Sabe quem seria fantástico de se ver segurando uma metralhadora? Hellen Mirren.
Bonaventura: Uau! A rainha matando sem piedade! Quem não pagaria pra ver isso?
Noveck: E um cara meio desequilibrado, feito por algum ator estranho, do tipo que rouba todas as cenas.
Bonaventura: Woody Harrelson?
Noveck: Não acho que ele seja velho o bastante… E John Malkovich? Quem sabe Brian Cox?
Bonaventura: Os dois! Genial! Esses caras vão roubar o filme com o pé nas costas!
Noveck: Pro protagonista, um cara que é sinônimo de ação. Tipo o Bruce Willis.
Bonaventura: É um cara simpático. Engraçado…
Noveck: Jeito de gente comum. Acho que tem que ser uma história de matança suburbana, dando a idéia de que aqueles assassinos profissionais podem ser os seus vizinhos. Vi um filme outro dia que mistura isso, a vida cotidiana e comum das famílias com uma situação fantástica: “Te Amarei Para Sempre”.
Bonaventura: Vou falar com o diretor. Para escrever, conheço uns caras que já trabalharam com adaptação de quadrinhos. Fizeram “Terror na Antártida”.
Noveck: Não gostei muito desse roteiro…
Bonaventura: Os personagens já estão prontos e a história não precisa fazer sentido! É só amarrar um tanto de situações explosivas intercaladas com esses grandes atores brincando com suas próprias personas cinematográficas.
Noveck: Precisamos de alguém pra dar a perspectiva do público. Uma atriz com cara de mãe de família, mas ao mesmo tempo meio insana, que gosta do perigo.
Bonaventura: Aquela moça do “Weeds”. É sempre bom ter um rosto conhecido da TV também. Ela podia acompanhar essa turma toda… Podia ser tipo um road movie, eles indo de lugar em lugar pra explodir coisas e pessoas…
Noveck: E provar sua inocência.
Bonaventura: E provar sua inocência! Sabe o que seria muito legal? Postais para ilustrar cada lugar que eles vão.
Noveck: Precisamos de vilões.
Bonaventura: Aí é só colocar qualquer rosto novo pra criançada reconhecer. Mas se a gente conseguir reunir esse elenco, ninguém vai ligar pra vilão nenhum!
Noveck: Este diretor do filme de que falei tem um estilo bom, moderno. Tomara que ele não fique intimidado com uma produção tão grande e com todas essas estrelas.
Bonaventura: Ei, eu sou o cara por trás de “Transformers” e “G.I. Joe”! O que poderia dar errado?