Os Vingadores


Nossa avaliação

[xrr rating=4.5/5]

The Avengers (2012)
The Avengers poster Direção: Joss Whedon
Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth


Plateia de críticos costuma ser difícil. São pessoas exigentes, que estão ali na sala de cinema trabalhando, alguns com gostos muito específicos. Por isso qual foi a minha surpresa ao ver o público da sessão para a imprensa de “Os Vingadores” vibrar feito criança em algumas cenas, rachar de rir em outras e – pasme! – aplaudir o filme ao final…

A reação se explica pela aventura quase perfeita que é a reunião dos heróis da Marvel no cinema. Mérito do diretor e roteirista Joss Whedon, que já escreveu quadrinhos e sabe como equilibrar a importância de vários personagens em séries de tv como “Buffy” e “Firefly”. Ele pegou o que cada filme anterior dos super-heróis tinha de melhor para montar sua história: o vilão de “Thor”, o heroísmo clássico e até ingênuo de “Capitão América”, o humor de “Homem de Ferro” e a destruição exagerada de “O Incrível Hulk”. Vindo de uma outra dimensão, o deus da trapaça Loki chega à Terra para preparar uma invasão alienígena ao planeta. A Shield de Nick Fury precisa, então, responder aos ataques reunindo um grupo de seres superpoderosos que não se conheciam até então.

“Os Vingadores” tem um prólogo arrastado e um pouco longo demais, consequência da necessidade de estabelecer a ameaça e ainda apresentar um por um os seus personagens. Mas é impressionante como ganha força a partir do momento em que os heróis se reúnem, quando engata uma segunda e não para mais. A trama é um fiapo que serve como desculpa para juntar o grupo e trabalha basicamente em cima de arquétipos: é por já conhecermos os personagens de outros filmes que os compreendemos, e não por algum desenvolvimento do roteiro. Assim, “Os Vingadores” acaba se apresentando como um sequência direta das outras produções da Marvel, que funcionam como um primeiro ato que apresentou as características, motivações e habilidades daqueles seres.

Hulk esmaga! Mesmo.

O problema maior, entretanto, está com os vilões, que sofrem do mesmo mal de suas contrapartes nas revistas: em momento nenhum eles parecem ameaçadores para aquela extraordinária equipe (mesmo Loki já vimos ser derrotado antes por Thor), o que faz com que não haja uma ameaça real. Além disso, suas motivações nunca ficam claras, apesar de uma importante dica para os fãs de hqs aparecer em uma cena durante os créditos.

Mas há muito mais acertos do que erros, especialmente no fato de Whedon assumir o tom farsesco dos quadrinhos e o absurdo de homens de colantes coloridos correndo pelas ruas de Nova York. Passando longe da abordagem mais realista que tem se tornado regra em filmes de super-heróis, o diretor presta tributo a um cinema que inclui o “Superman” de Richard Donner, o “Batman” do Tim Burton, “Star Wars”, “Indiana Jones”, “Independence Day” e até “Transformers”. O resultado é colorido e ágil como um hq em movimento, recheado de frases de efeito (a maioria, claro, saída da boca de Tony Stark) e a impressão é mesmo a de se estar lendo um “Almanaque Marvel” das antigas.

Sem muita personalidade visual, Whedon acaba sendo perfeito também para manter as características dos filmes anteriores ao mesmo tempo em que traz algo novo, com um irresistível apelo juvenil. Com uma ação explosiva digna dos melhores exemplares do cinema-pipoca, “Os Vingadores” possui seus melhores momentos nas cenas de interação entre os personagens, brincando com suas próprias referências e não se levando muito à sério. Apesar de Robert Downey Jr. ser indiscutivelmente o astro do projeto, todo o elenco está ótimo, e o filme consegue equilibrar muito bem a atenção dispensada a cada um dos heróis (apesar de um certo protagonismo de Stark e Steve Rogers) e definir de forma clara suas diferenças de personalidade.

Com um plano-sequência no clímax que entra direto para as melhores cenas de filmes de super-heróis da história, “Os Vingadores” ainda se dá ao luxo de explorar a adaptação do Capitão América ao mundo atual, apresenta as melhores cenas do Hulk já vistas no cinema e se desenvolve como um ótimo filme de guerra, uma espécie de “O Mais Longo dos Dias” com superseres no lugar de grandes astros.

Mas além da empolgação em ver Homem de Ferro, Thor, Capitão América, Viúve Negra, Hulk e o Gavião Arqueiro juntos, o que torna tudo ainda mais especial é o coração por trás de todo o espetáculo e heroísmo: o filme é também sobre solidão. É sobre pessoas que carregam sozinhas o peso de salvar o mundo nas costas, mas que agora encontraram outras para dividir o fardo. A compreensão disso é o que torna possível a formação de uma das mais fantástica equipes que o cinema já mostrou.

“Os Vingadores” não é apenas um filme. É o sonho de todo fã de quadrinhos realizado.


9 respostas para “Os Vingadores”

  1. Só posso definir essa obra prima em uma unica e digna palavra…”PERFEIÇÃO”.
    E afirmo com todas as palavras do mundo que é o melhor filme de super herois que eu vi até o momento. Até então eram o Homem Aranha 1 e 2 e os Batmans do diretor Christopher Nolan que continuam sendo bons, mas os Vingadores tenho que dizer que me deixou muiiitooo feliz.

  2. […] E ainda há Drax, o Destruidor (Bautista), um personagem interessante pela união da força física com um jeito ingênuo e literal de compreender as coisas. É esta turma improvável que se colocará como salvação da galáxia em uma trama que envolve ataques entre planetas, o império Kree e o vilão Thanos, visto durante os créditos de “Os Vingadores”. […]

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